sábado, 28 de fevereiro de 2009

"Me convide para um café, me chame para um cinema. Eu vou." ;-)
"Se eu tivesse mais alma pra dar eu daria, isso pra mim é viver..."

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Memórias

Fazia um calor senegalês naquela tarde. Não havia vento, não havia brisa. As folhas das árvores caíam em linha reta e ficavam na raiz, sem movimento algum. Na varanda da casa amarela uma velha completamente solitária se esforçava para enxergar os pontos de seu bordado. Sentada numa cadeira que não era de balanço ela misturava cores e linhas. As vezes parava calmamente de bordar, pegava um lenço que ficava sempre no colo e secava o suor do rosto cansado e vivido, castigado pelo sol de uma vida inteira.

O silêncio daquela rua parecia ter tomado conta do mundo todo. Além disso, era uma rua pequena demais para um calor tão grande.

Todas as casas tinham as portas e janelas abertas. Exceto uma delas que tinha um portão velho de ferro, com um cadeado enorme juntando correntes grossas. Ali, ninguém parecia ser benvindo há muito tempo. Havia um gato magro e sujo na janela, um pote de leite azedo no chão, uma árvore morta de sede na frente e um balanço de corda e madeira, que dava indícios de que ali, alguém fora feliz um dia.

A velha parou de bordar assim que uma quase brisa passou. Ela fitou os olhos num tempo que há muito não está no presente.

Crianças passavam correndo pelo portão de ferro assim que sentiam o cheiro do bolo de milho e do café recém passado. Da rua era possível ver aquela cozinha movimentada e uma grande mesa de madeira maciça onde amigos, crianças, primos, netos, pessoas de toda a rua estavam sempre presentes. Irmãos.

A árvore robusta na frente da casa, garantia um frescor matinal a qualquer tarde de verão intenso.

Todas as casas tinham as portas e janelas abertas, sem exceção. Mas definitivamente, a mais alegre era aquela casa azul. Os dias ali, nunca precisaram pedir uma segunda chance. Eles aconteciam sem se preocupar com a poeira, que iminente ou não, um dia chega para todos nós.

A velha voltou ao presente. Recomeçou a bordar. O calor não havia passado. O tempo sim. Ela não parecia arrependida. Usou todas as “únicas chances” que lhe foram dadas.

Mas aquele portão, não voltou a se abrir.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Não guarde as chaves não. Elas só nos aprisionam...

Deus é infinitamente bom!
Obrigada Senhor!
Pela paz que estou sentindo no meu coração!
E por tudo de maravilhoso que tenho na vida!
Amém!

Sem meus amigos eu não viveria!

Compartilho aqui o carinho de uma amigairmã...

"Vá e se jogue. Se divirta.
Faça loucuras que há mto tempo não faz.
Solte as amarras que há mto tempo te prendem.
Sorria como há mto tempo não sorri.
Repare nos olhares e nos suspiros que você vai arrancar.
Como há mto tempo não repara.

Te amo!
Enlouqueça. Mas volte!

Bjoooooooooo"

Minha flor...

"Escolho meus amigos pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante"

E você é exatamente assim!

Eu também te amo!

Com carinho,

Flá.
Hello, Stranger!!!!
Quando não der pra escrever um novo final, crie um novo começo!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Meu compromisso comigo!! (esse "comigo" tem sotaque mineirinho) ;-)

"Eu fiz um pacto com baco
Deus do Balacobaco

Cada sorriso que eu engato
eu saio do buraco

Tem que ter felicidade
deve ser da idade
só faço o que me der vontade

Chega bem no pé da orelha e sempre me aconselha
só faça o que te der na telha

Tem que acreditar no taco
pra virar o barco
e dionísio sobe o caminho

Fiz um contrato , se eu cumprir eu não empaco
pra ter coragem de largar o que me enche o saco"
"Mas que nada, sai da minha frente que eu quero passar"
Alegria, alegria!!!

E que venha o carnaval da libertação. Amém amém!!!

Gostei

Passou por mim.
Gostei do cheiro.
Do jeito de andar.
Gostei das coisas que me fez pensar.
Me fez querer.
Gostei.

Gostei da roupa.
Camiseta branca.
Jeans surrado.
Tênis.
Despretensão.

Gostei do cabelo claro e despenteado.

Gostei do fato de não notar a atenção que despertava.
Entrou no bar, se sentou com os amigos.
Sem querer provocar, mas consequentemente provocando.

Eu gosto desse tipo.
Que não tem que se provar.
Que não tá nem aí.
Que não fica flertando só pra mostrar que é macho.
Que se sabe.

Gostei de tudo o que vi ali.

Da beleza incomum.
Do jeito imprevisível.
Do sorriso.

Gostei de observar.
De vez ou outra cruzar o olhar.
Não por flerte, mas por puro acaso.
Isso me encanta um tanto.

E me captura.
Gostei.
Um palhaço no salão...ou seria o bobo da corte?
Um vento safado, um vestido rodado e a rapaziada fazendo a ola.

Paguei calcinha....

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Eu confesso....

Tô com um puta frio na barriga...

E isso é tão bom que dá até medo!
Dando tempo ao tempo! O que tiver que ser será!

Ouvindo há 5 horas...

Do Inverno à Primavera

A porta estava entreaberta quando ela chegou. O sono dele era leve como de uma criança prestes a despertar. Seus cabelos lindamente despenteados eram um convite ao carinho. Ela se deitou ao seu lado sem fazer barulho, aconchegou-se ali e atendeu ao convite.

Ele se aproximou ainda mais como era habitual. O sono dele foi se tornando profundo na mesma proporção que o amor dela aumentava.

Ela olhava para o seu amor com profunda admiração. Querendo que o sono dele fosse o remédio para todos os seus conflitos. Desejando que aquele momento se repetisse por anos a fio. Diante daquele cenário, tão comum nos finais de semana, ela só tinha certezas.

Certeza de que as dificuldades seriam superadas, de que ela era em definitivo o amor da vida dele, certeza de que ambos seguiriam juntos aparando as arestas.

Por um bom tempo foi assim.

Mas lenta e irreversivelmente, o desencontro que antes só habitava o medo dela, foi se aproximando da vida real. Ela tentava segurá-lo agarrando forte. Ele queria respirar se perdendo dela.

Eles não conseguiam mais o entendimento em ponto algum. Feridas profundas eram abertas diante de motivos rasos.

Só uma coisa se manteve até o fim. O aconchego entre eles naquela cama quentinha.
Até o fim ele falou do seu amor. Até o fim, ela acreditou e correspondeu.

Mas as mãos deles se soltaram. E ninguém sabe quem tomou a decisão. Mas ouvi dizer que foi a vida. Foi ela a responsável pelo ponto final. Ouvi também que o inverno dela foi mais devastador que o dele. Certa vez ele disse que ela tinha vocação para a tragédia. Mas acho que não. Ela apenas demora mais a se conformar com as perdas. Ela acredita que todo luto deve ser vivido até a última gota. Para que os fantasmas nunca mais assombrem.

Eles tomaram caminhos diferentes. E o inverno passou. A primavera chegou com suas cores e repleta das possibilidades tão vitais para sermos felizes.

Sobre a felicidade deles depois da ruptura eu não sei dizer. Nem sobre noites solitárias que vez ou outra possam ter cobrado as respostas que eles nunca conseguiram ter.

Mas de uma coisa eu tenho certeza: quando um amor como esse se acaba o mundo inteiro se entristece. E depois volta a sorrir com a chegada da primavera.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Mais uma de ONCE - o filme mais incrível dos últimos tempos!

Um dos filmes da minha vida!

Aprendiz de Feiticeiro

"Aprendi que tudo passa tomando chá ou cachaça, tomando champanhe ou não"

Enquanto o amor não vem?

A pista estará sempre cheia, os romances de estação irão garantir um frio bom na pança, brindes acontecerão às seis da manhã ao final de cada balada e a vida continuará girando a 300 por hora.

Até encontrar a epifania eterna, vou vivendo as passageiras. E me mantendo bem longe dos equívocos! ;-)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

"Quem acredita sabe encontrar"



Não sou de negar os fatos, muito menos os sentimentos. E se existe algo que eu desejo tanto quanto o ar que eu respiro, é encontrar um amor.

Não me entendam mal. Não é uma busca atordoante. É uma espera calma. Que tem me ensinado que não vale forçar a barra vivendo equívocos como se fossem epifanias.

Não há como encontrar o amor sem antes encontrar a si mesmo. Frase feita ou não, é dona de uma verdade tão fundamental quanto inquestionável.

E no mais, encontrar um amor verdadeiro que nutra e alimente um e outro, não é algo tão simples. Muitos passam pela vida sem conseguir essa benção. Ou por descuido, ou por falta de sorte, ou por não ter essa busca como uma prioridade. Eu tenho. Eu quero. Eu acredito que o amor virá calmamente até mim.

Não sei viver de outra forma. E se por alguma incoerência do acaso, eu não for contemplada por esse presente, saibam, viverei pela metade.

Serei feliz pela metade, forte ao meio, crédula até certo ponto e mais solitária do que eu planejei.

Sim. Eu sempre fiz planos no que diz respeito ao amor. Planejo o amor mais do que o próximo passo profissional, mais do que o roteiro das próximas férias na Grécia, mais do que a previdência privada que irá me garantir a volta ao mundo regada a vinho num futuro próximo.

Eu sou dos sentimentos passionais de Eros. E quero chegar ao final da minha vida amando e sendo amada. Loucamente. Um amor daqueles de tirar o fôlego. De matar a fome. De inspirar quem quer passe e veja o quão profundo e verdadeiro ele é.

Eu quero ver a calmaria desse amor sendo desbancada pela paixão destrambelhada, que desperta os amantes no meio de uma madrugada qualquer.

Pois é. Eu acredito que posso amar e ser desvairadamente apaixonada ao mesmo tempo, pela mesma pessoa, pra sempre.

E se tem algo que a vida me ensinou é que quando esse amor me arrebatar eu terei que ser generosa com ele por cada minuto de vida que me restar. Do contrário, ele morre, vai embora, abandona os corações que mesmo sem as palavras certas, juraram ser felizes.

Eu quero uma casa, dois cachorros, talvez filhos, netos, amigos aos montes, noites de farra e de calmaria. Eu quero amar na conjugação completa. Quero o amor enquanto verbo, adjetivo, substantivo, quero o amor como cura.

Vou esperar calmamente pela sua chegada. Enquanto isso, amdureço. Pois só a maturidade faz com que saibamos o quão valioso é um presente como esse, que a vida tão generosamente há de colocar no meu caminho!

Uma História de Fadas - Caio Fernando Abreu

Era uma vez o País das Fadas. Ninguém sabia direito onde ficava, e muita gente (a maioria) até duvidava que ficasse em algum lugar. Mesmo quem não duvidava (e eram poucos) também não tinha a menor idéia de como fazer para chegar lá. Mas, entre esses poucos, corria a certeza que, se quisesse mesmo chegar lá, você dava um jeito e acabava chegando. Só uma coisa era fundamental (e dificílima): acreditar.
Era uma vez, também, nesse tempo (que nem tempo antigo, era, não; era tempo de agora, que nem o nosso), um homem que acreditava. Um homem comum, que lia jornais, via TV (e sentia medo, que nem a gente), era despedido, ficava duro (que nem a gente), tentava amar, não dava certo (que nem a gente). Em tudo, o homem era assim que nem a gente. Com aquela diferença enorme: era um homem que acreditava. Nada no bolso ou nas mãos, um dia ele resolveu sair em busca do País das Fadas. E saiu.
Aconteceram milhares de coisas que não tem espaço aqui pra contar. Coisas duras, tristes, perigosas, assustadoras, O homem seguia sempre em frente. Meio de saia-justa, porque tinham dito pra ele (uns amigos najas) que mesmo chegando ao País das Fadas elas podiam simplesmente não gostar dele. E continuar invisíveis (o que era o de menos), ou até fazer maldades horríveis com o pobre. Assustado, inseguro, sozinho, cada vez mais faminto e triste, o homem que acreditava continuava caminhando. Chorava às vezes, rezava sempre. Pensava em fadas o tempo todo. E sem ninguém saber, em segredo, cada vez mais: acreditava, acreditava.Um dia, chegou à beira de um rio lamacento e furioso, de nenhuma beleza. Alguma coisa dentro dele disse que do outro lado daquele rio ficava o País das Fadas. Ele acreditou. Procurou inutilmente um barco, não havia: o único jeito era atravessar o rio a nado. Ele não era nenhum atleta (ao contrário), mas atravessou. Chegou à outra margem exausto, mas viu uma estradinha boba e sentiu que era por ali. Também acreditou. E foi caminhando pela estradinha boba, em direção àquilo em que acreditava.
Então parou. Tão cansado estava, sentou numa pedra. E era tão bonito lá que pensou em descansar um pouco, coitado. Sem querer, dormiu. Quando abriu os olhos — quem estava pousada na pedra ao lado dele? Uma fada, é claro. Uma fadinha mínima assim do tamanho de um dedo mindinho, com asinhas transparentes e tudo a que as fadinhas têm direito. Muito encabulado, ele quis explicar que não tinha trazido quase nada e foi tirando dos bolsos tudo que lhe restava: farelos de pão, restos de papel, moedinhas. Morto de vergonha, colocou aquela miséria ao lado da fadinha.
De repente, uma porção de outras fadinhas e fadinhos (eles também existem) despencaram de todos os lados sobre os pobres presentes do homem que acreditava. Espantado, ele percebeu que todos estavam gostando muito: riam sem parar, jogavam farelos uns nos outros, rolavam as moedinhas, na maior zona. Ao toquezinho deles, tudo virava ouro. Depois de brincarem um tempão, falaram pra ele que tinham adorado os presentes. E, em troca, iam ensinar um caminho de volta bem fácil. Que podia voltar quando quisesse por aquele caminho de volta (que era também de ida) fácil, seguro, rápido. Além do mais, podia trazer junto outra pessoa: teriam muito prazer em receber alguém de que o homem que acreditava gostasse.
Era comum, que nem a gente. A única diferença é que ele era um Homem Que Acreditava.
De repente, o homem estava num barco que deslizava sob colunas enormes, esculpidas em pedras. Lindas colunas cheias de formas sobre o rio manso como um tapete mágico onde ia o barquinho no qual ele estava. Algumas fadinhas esvoaçavam em volta, brincando. Era tudo tão gostoso que ele dormiu. E acordou no mesmo lugar (o seu quarto) de onde tinha saído um dia. Era de manhã bem cedo. O homem que acreditava abriu todas as janelas para o dia azul brilhante. Respirou fundo, sorriu. Ficou pensando em quem poderia convidar para ir com ele ao País das Fadas. Alguém de que gostasse muito e também acreditasse. Sorriu ainda mais quando, sem esforço, lembrou de uma porção de gente. Esse convite agora está sempre nos olhos dele: quem acredita sabe encontrar. Não garanto que foi feliz para sempre, mas o sorriso dele era lindo quando pensou todas essas coisas — ah, disso eu não tenho a menor dúvida. E você?

A eterna falta de foco.

Gente, recebi um CV de uma pessoa que não conheço e nos objetivos estava escrito:

Marketing/ Atendimento/ Planejamento/ Redação e Afins.

Eu faço o que com essa informação?

Oi? "Afins" de assobiar e chupar cana ao mesmo tempo? É isso?

Vou responder dando umas dicas.

Tipo: amigo, foco, foco, foooooooooooooooco.

#PRONTOFALEI

Detalhe: ele trabalha num banco.
Flá Campos
DAG - Diretora Para Assuntos Glamurosos

Perder a elegância jamais!

Da importância de seguir adiante!

Esta é a primeira crise econômica na qual eu realmente estou inserida. Me lembro bem de como meu pai foi guerreiro na época do plano Collor. No momento em que muitos diziam que nada poderia melhorar, ele levantou a cabeça e enfrentou o problema com dignidade. Aprendi com ele que seguir adiante é lindo, pois nos define como pessoas capazes de virar o jogo.

A última sexta-feira foi um dia difícil pra mim e pra muitos que como eu, custam a se conformar em vem amigos queridos e profissionais competentes saindo pela porta e dizendo "até breve".

Mas eu acredito no "até breve". Não quero entrar num mérito "sócio-político-capitalista-e-os-cambal", até porque não tenho conhecimento de causa suficiente pra isso. Quero sim falar de aprendizados.

Aprendi com meu pai, que nos momentos de crise é hora de seguir adiante e não de recuar. Por isso, o "até breve" me soa tão verdadeiro. Eu sei - e não me perguntem o porque - que vamos terminar o ano de um jeito melhor do que começamos.

Tenho encontrado pessoas que pensam da mesma forma. Gente que parte pra luta sem se lamentar. O lamento é perda de energia. E energia é tudo o que não podemos perder agora.

Precisamos dela pra começar de novo. Para deixar pra trás o modelo viciado implementado pelo capitalismo que trata as pessoas como números, que não pensa no coletivo e sim no individual. Esse modelo é "so last year". Ele não vale mais.

Estou aprendendo debaixo de porrada, que não é apenas o trabalho que dignifica o homem. A falta dele também faz isso. A possibilidade de perder nos faz pensar no quanto ele é imprescindível. E não falo apenas sobre dinheiro no bolso. Falo de convicções. De exercitar a responsabilidade, de colocar o coração a serviço de cada tarefa desenvolvida.

Sei que mesmo com tamanha dedicação, uma certa crise pode bater à porta e nos tirar o chão. Pessoas dedicadas perderamm seus postos. Muitas. Em vários lugares. Mas elas levantaram a cabeça e recomeçaram suas buscas. Sem fraquejar. Conscientes de que podem fazer diferença em qualquer lugar que lhes abrir as portas.

Escrevi esse texto especialmente para os amigos que no momento, estão se sentindo perdidos, mas que tenho certeza, muito breve voltarão para o jogo. Porque são bons, dignos, talentosos, guerreiros.

Bola pra frente.

Nos vemos muito em breve.

Com carinho,

Flá.
"Um passo adiante e você já está em outro lugar!"

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Isso me faz feliz!

Tão inesperado e tão delicado!

Daí que uma amiga me ligou e disse: vamos sair pra comemorar? Pensei: "C.A.R.A.L.E.O". Do que essa pessoa ta falando? O que eu tenho pra comemorar? Em que parte legal eu dormi?

Esse finde foi de fuder piiiiiii da onça. Quero não! E estava certa disso.

Mas delicadamente perguntei: comemorar o que minha flor?

Foi quando ela categoricamente respondeu: comemorar você!

Eu não quis nem entrar em maiores detalhes e falei: quer saber? Bora lá me comemorar.

Tomei um banho bom, me perfumei, me maquiei, botas, vestido e cachecol. E fomos.

Vinho, cigarro, risadas, alguns poucos momentos de um choro atravancando a garganta, mais risadas, mais vinho e tudo foi voltando a ter cor.

No meio da tarde eu não me lembrava mais do meu luto. Pedimos os pratos e mais uma garrafa de vinho.

Eu estava com as bochechas rosadas. Em parte pelo álcool e em parte pela alegria que fez meu sangue circular novamente. Eu tinha uma feição de criança no momento que sai do castigo. A tarde era cinza e chuvosa, mas o sol estava ali. Ele sempre está. Mas algumas vezes, fica encoberto pelo ensaio de uma tempestade que vem, lava o que tem que lavar e purifica tudo de novo para que o sol volte a brilhar. E acreditem em mim, ele sempre volta.

Depois de horas de uma alegria despretenciosa e simples, resolvemos pedir a conta. Eis que o garçom chega com uma taça de Champagne e me oferece.

- Mas eu não pedi.
- É que alguém lhe mandou de presente.

Meu sorriso intimidou a tempestade. Ela já lavou o que tinha pra lavar.

Sabe o que pode acontecer quando estamos no singular? TUDO!
"Eu não vou mudar não
Eu vou ficar são
Mesmo se for só não vou ceder
Deus vai dar aval sim
O mal vai ter fim
E no final assim calado
Eu sei que vou ser coroado rei de mim."

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Olhar 43 no spinning. Pode?

Baixando RPM. To falando sério. Rolou uma nostalgia brega incrível agora.

As regras são claras....

#1
Não quero complicar as coisas. A vida passa e a gente nem percebe. Eu quero é ser feliz!

#2
Quero passar os dias chuvosos vendo filme e comendo pipoca com um amor que seja verdadeiro.

#3
Eu gosto de flores, ainda que seja só uma, delicadamente arrancada de um jardim.

#4
Eu odeio falsidade e sinto o cheiro dela de longe.

#5
Eu quero dormir nos braços de alguém que me faça acreditar.

#6
Eu tenho TPM, ainda que não menstrue mais.

#7
Vou cuidar de você enquanto você for leal.

#8
Vou cozinhar pra você nos finais de semana, desde que você abra o vinho e lave a louça.

#9
Adoro sexo. E gosto de olhar nos olhos. .

#10
Sou canceriana, portanto, não me magoe. Eu nunca esqueço.

#11
Quero um amor verdadeiro na vida. O resto é bobagem.

#12
Sou deliciosamente ciumenta.

#13
Sou sincera.

#14
Quando eu quero eu vou atrás e gosto de gente que faz isso. Portanto, vá a luta.

#15
Sou independente, dona do meu nariz, vou onde eu quero, quando eu quero, na hora que eu bem entendo.

#16
Não deixe que eu perca a admiração por você. Trabalhe duro, me faça rir, me proteja dentro do seu abraço.

#17
Não fique um minuto da sua vida ao meu lado se você tiver alguma dúvida sobre querer estar aqui. Não perca o meu tempo.

#18
Eu vou te fazer feliz a maior parte do tempo que estivermos juntos. Mas vou te pentelhar por bobagens. Sim, sou imatura as vezes.

#19
Quero sair pra dançar. Com você. Pra você.

#20
Quando eu te encontrar estarei contigo comemorando cada gol e segurando a sua mão quando a queda for inevitável.

De onde vem a calma - Los Hermanos

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Que pena que foi assim...
- Eu não estava habituada a ausências.
- Você não estava era preparada para o ponto final.
- Talvez. Mas repito. Ausências me assustam desde criança.
- O não é que te assusta. E quando ele se impõe na sua frente, certeiro e irredutível, você se desespera.
- Eu não estou desesperada. Estou saudosa. Sinto falta daquela última ligação de boa noite antes de me entregar ao sono. Tenho uma saudade profunda das conversas jogadas fora, do carinho sem fins comerciais, do jeito que ele abria a porta para entrar em casa. Pra ser sincera, morro com a falta do braço dele me aconchegando madrugada adentro.
- Mas foi você quem fechou a porta. Ele apenas concordou.
- Concordou depressa demais.
- Você está sendo infantil.
- Essa sua análise pseudo-freudiana não me faz muito bem.
- Não estou analisando. Estou constatando. Você não suporta lidar com o fato de que ele foi embora porque deixou de te amar.
- O que eu não suporto é o fato de eu ter tido que mandá-lo embora depois que ele deixou de me amar. Fui forte, mas esse papel era dele. Justo ele que sempre foi tão fraco.
- Seu julgamento é raso.
- Sua mania de rotular é profunda. E me irrita.
- Você não acha que foi até o fim?
- Acho que o fim veio até mim. Eu ainda tinha o que viver ali. Eu fiz outros planos. E o fim não fazia parte deles.
- Que planos? Envelhecer ao lado dele cuidando dos netos?
- Viver ao lado dele cuidando da gente.
- Você não é tão romântica assim.
- Sou intensa. E sinto falta de dividir a vida com ele.
- Com ele ou com alguém?
- Por enquanto, só com ele. Mas eu sei que isso vai passar, que vou me jogar na vida e que mais cedo ou mais tarde, irei dividi-la com uma outra pessoa.
- Espero que você escolha melhor. E você, espera o quê?
- Espero apenas ser feliz de novo.
"Estou lembrando menos de você. Falta pouco pra me convencer que eu sou a pessoa errada..."

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Voltando a viver

Era uma mulher intensa, intempestiva, apaixonada, apaixonante. Geniosa, genial, divertida, irônica. Mergulhava em suas tristezas e alegrias com a mesma profundidade. Mas aos poucos, foi deixando de lado a sua luz, que até então, brilhava incansavelmente. Ela passou a viver na escuridão de uma tristeza que não era dela. Que não lhe cabia, que nunca lhe caiu muito bem. Ela fez uma escolha errada. E foi até o fim. Vivendo a incapacidade do outro como se fosse autenticamente sua. Ela perdeu o trem, o vôo, o ônibus. Aliás, por um bom tempo muito ruim, ela deixou que as novas chances passassem por ela sem que ela fosse tocada. Ela acreditava cegamente que poderia iluminar a escuridão alheia. Que iria dar sentido a uma vida opaca. Que conseguiria indicar o caminho para alguém completamente perdido.

Ela se doou, se entregou, se machucou e se perdeu. Passou a viver uma história sem cor, sem graça, sem futuro, nem presente, nem passado. Enquanto a vida acontecia lá fora, ela só sabia daquelas quatro paredes brancas que aprisionaram a sua alma ao lado de alguém que nunca valeu a pena.

Era uma mulher gigante, guerreira, honesta, inconfundível. Mas deixou de lado todas as suas melhores virtudes para viver os incontáveis defeitos de alguém sem razão, desprovido de bons sentimentos. Oco, raso, banal, desinteressante.

Por quê? Porque ela era sonhadora. E no conto de fadas ingênuo que ela criou, o sapo viraria príncipe ao longo da história. Ela o salvaria, ele lhe seria grato, e viveriam felizes para sempre.

Não aconteceu.

Ela se perdeu e não conseguiu salvá-lo. Ele, descuidado que era, nunca lhe foi grato. Ela nunca foi feliz ali.

Um dia, ela decidiu fazer a escolha certa. E num ato de amor incondicional por ela mesma, resolveu voltar a ser feliz. Ela escolheu a vida, ele, a banalidade. Ela optou pelo sim, ele, pelo não. Ela decidiu prosseguir, enquanto ele, recuou.

Ela voltou a ser TUDO aquilo que sempre foi e ele, continuou sendo SÓ aquilo que sempre será.

E foi então que ela voltou a sorrir.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Eu gostaria de ter escrito esse texto!

Por Edígio La Pasta Jr do blog Mínimos Óbvios

Ouça bem o que eu vou te dizer porque é no limite entre o chão e o abismo que eu abro a garganta e deixo a voz conduzir as palavras, antes do salto. Tudo o que eu ainda não sei sobre você, tudo o que você já compreendeu ou constatou, toda essa linha cruzada de fios invisíveis e tão reais, tudo isso nos afasta em definitivo. O que eu quero dizer é que nós não somos um para o outro. Não parecemos encaixar. Você não é tão simples como eu imaginei e isso, de ser simples, não é tão complicado. Eu gosto de gente que diz não querendo dizer não. Gosto de um sim quando ele é de verdade. Interpretar ou decifrar códigos além de cansativo faz com o que o tempo se perca. E não sou homem de perder tempo sem querer perder o tempo. Algumas opções a gente marca consciente. Outras nos pegam de surpresa e certezas, sim, me assustam, mas objetivar me simplifica.
Enquanto ainda há tempo, sem apressar os fatos, te digo que o jogo que você me oferece de forma tão pouco nítida, não me atrai, embora eu confesse que você me atrai e não é pelo tipo físico, que me agrada, mas também por uma reunião de partículas que transitam entre as afinidades, o olhar sobre a cidade, a intimidade com as palavras e o carinho gostoso e tímido que nos oferecemos sem fins comerciais. Além da solidão. Ouça bem, mas não priorize a voz. Ouça meus olhos nos teus que te dizem sem vacilar. Perceba o corpo que busca não só ser preenchido, mas acolhido e celebrado. As palavras não ditas. O silêncio necessário sem ser imperativo.
Existe um momento quando a gente não compreende, que precisa existir. O momento exato, onde no meio da confusão, ambas as partes, talvez exaustas talvez perdidas, admitem e quebram o protocolo em busca do que todo mundo busca. Nessa sina de não me sentir multidão, é preciso atear fogo ao corpo para perceber que as dores nos igualam no reflexo do espelho. Eu sou do bando de Alice. Da família de Macunaíma. Passional das cores fortes de Frida. Que não conhece os espaços entre o sim e o não. Talvez por esse motivo comemore tão urgentemente os gols e as derrotas.
Ouça bem que eu não sei de nós dois. Sei um tanto de mim, fragmentos de um saber quase nunca inteligente, mas que me estabiliza até o próximo vendaval. Sei dos filmes, dos atores, de alguns caminhos que aprendi e não esqueci para poder voltar. Sei das vozes, das canções e de alguns tons. Sei também que não somos um para o outro. Por uma questão de praticidade. Fosse eu um homem mais preguiçoso e poderia te soprar com fôlego esse balão de gás destinado ao estouro da primeira agulha em riste.
Lá embaixo, ao abrir das portas, eu vou sair sorrindo convicto e sem satisfação porque tive a oportunidade de te dizer da minha confusão simples que só quer te excluir da condição de companheiro amigo amante, esse século tão sem nome. Sei que eu te amei da minha forma torta e sei também que você me questionou da sua maneira reta. Não sei se em algum momento você correspondeu e afirmar seria raso, mas durante algum tempo, eu acreditei na tua solidão e no teu desejo de romper com urgência o eco ensurdecedor das correntes. Nem tão cético assim. Nem tão crédulo assim. Mas passei boa parte das noites, pensando no sim. Ensaiei boa parte das noites histórias de um mais um.
Até que você ventou e eu confundi.
Até que você choveu e confundiu.
Até que você soprou e eu apaguei.