domingo, 26 de julho de 2009

Eu quero um momento que dure pra sempre!

sábado, 25 de julho de 2009

Só queria tudo de novo!

Sábado, 25 de Julho de 2009

Boletim de ocorrência
(Adriana Falcão)


Venho, por meio desta, registrar uma série de furtos dos quais estou sendo vítima nas últimas décadas.

Não mencionarei o fato de terem levado o principal, meus 17 anos, visto que naquela ocasião eu julgava aprovar a perda, na ansiedade de me tornar adulta. A denúncia em questão, portanto, vai limitar-se às subtrações alheias à minha vontade e consciência, ou seja, aquilo que realmente constitui furto, roubo, extorsão, e, em conseqüência, crime.

Levaram-me muitas afirmações e negações, muitas interrogações, muitas exclamações, minha capacidade de me surpreender todos os dias.

Tiraram-me o privilégio de não saber dar respostas exatas.

Levaram-me a tranqüilidade de comer batatas fritas.

Levaram-me minha ambição de brincar de pique-bandeira.

Levaram-me a satisfação de receber cartas pelos Correios, com letras azuis manuscritas pertencentes aos seus remetentes, meus entes queridos.

Levaram-me meu pai, levaram minha mãe, levaram minha permissão de chorar por qualquer motivo que eu julgasse conveniente.

Levaram os bebês que eu tive e me devolveram filhos em idade adulta.

Levaram minha urgência. Minha leviandade. Minha imprudência. Parte considerável da minha saudável ignorância.

Substituíram a minha aflição brutal por outra, mais sutil e complicada.

Foram levando, um a um, minha vitrola, meu gravador de rolo, meu walkman, meu aparelho de VHS e meu CD player, rebaixando meus discos e fitas à condição de entulho, e, não contentes com isso, carregaram meu orgulho de ser uma pessoa up-to-date.

Levaram minha possibilidade de dirigir um jipe sem capota por aí pela cidade.

Levaram-me a faculdade de ler livro, jornal, ou revista, sem um par de óculos na cara.

Levaram minha certidão de nascimento e, em seu lugar, deixaram um papel amarelado caindo aos pedaços.

Levaram-me um grande número de crenças.

Levaram minha coragem de me alucinar madrugada adentro.

Recorrentemente estão me levando todos os dias seguintes às minhas poucas noites de farra.

Extorquiram meu sossego de flanar, pela rua ou pela mente.

Surrupiaram parte do meu fôlego, dos meus ímpetos, do meu fogo.

Levaram minha licença de ficar de bobeira.

O prejuízo já se tornou incalculável, o que, por si só, já justificaria a queixa pública, mas parece ser também irrecuperável. O principal objetivo desse relato, portanto, é o desabafo.

Não vou negar que me presentearam com diversas coisas novas, entre elas uma boa dose de paciência. Não gostei de algumas destas, deste saudosismo, por exemplo. Não incrimino alguém em especial pelos roubos, nem o tempo, nem a vida, e até agradeço à morte pelo favor de não ter chegado ainda, permitindo assim que tudo isso acontecesse.

Também não solicito indenização.

Só queria tudo de novo.


Publicado no Estadão.

Lindo de tirar o fôlego!

Não sei de quem é esse texto, mas gostaria que fosse meu!

"Mas eu fiz de tudo pra que você também visse. Visse que era eu, a tal pessoa especial. Fiz de tudo pra que você também sentisse, que era eu e mais ninguem. Fui inteligente, fui linda, fui magra, engraçada, fui triste, fiz charme, fui forte, fui frágil, fui alegre, de bem com a vida, meiga, gentil, fui grossa, alta, esperta, fui sonsa, loira, ruiva, morena. Contei piadas, cantei tragédias, liguei,não atendi, fiz poemas e não mandei, mandei poemas que não fiz. Escutei músicas que gostava, gostei das músicas que ouvi, desgostei, comentei, calei. Fui a mais ousada, a mais tímida, a mais tua, a única. Falei de sentimentos, fingi que não sentia. Te mostrei os meus ritmos, entrei na tua dança. Quis você todos os dias, esnobei tua presença. Fui a mais menina, a mais mulher, fui companheira, amiga, fiel conselheira, fui presente, distante, te contei meus segredos, neguei meus abraços. Fui burra. Fiz de tudo pra ser tudo o que sempre quis, de todas as formas, de todos os jeitos. E por fim, te ouvi dizer que me amava, quando já não me importava.”

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Saudade dos inferrrrrrrrrrrrrrrrrrrrno....saco.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Pensando em me perder pelo mundo pra ver se me encontro...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

sábado, 11 de julho de 2009

Sábado chuvoso as voltas com meus filmes, livros, pensamentos, cobertor. Feliz com isso.

Somos capazes de perdoar?



Pra mim, o perdão não tem a ver com entendimento, compreensão ou generosidade. Perdoar requer aceitação. Aceitar o erro não é compreendê-lo, é simplesmente lidar com o fato de que todos nós passamos pela vida numa sucessão incontável deles. Os que cometemos e aqueles que nos acomentem.

Não acho que o perdão enobrece. Acho que ele redime. Ele nos deixa seguir em paz. Com um pouco mais de leveza. Com menos rancor. Perdoar não é abrir as portas já fechadas para um amor que se acabou. Mas é pensar mais nos bons momentos, que naqueles que nos machucaram. Perdão não é sinônimo de "claro meu grande ex-amigo, volte a frenquentar a sala do meu coraçao". É simplesmente aquietar a mágoa deixando que ela sutil e lentamente, vá embora.

O perdão não restaura sentimentos rachados. Mas ele nos faz sentir coisas novas e menos tensas. O perdão redireciona os holofotes da nossa dor. Quando deixamos que ele entre, ele faz uma faxina em cada canto da mágoa estéril. O perdão fertiliza uma terra há muito desnutrida. Ele nos permite o recomeço.

O filme acima é um grande beijo na boca e uma bofetada bem no meio da cara. Pelo menos foi assim que me senti enquanto, chorando baldes, eu assistia.

Acho que a dificuldade em perdoar o outro, vem do fato de muitas vezes, não conserguirmos nos perdoar. Passei a vida as voltas com duas palavras cruéis e na maioria das vezes, mal aplicadas: pecado e culpa. Esse tormento foi a parte que me coube no latifúndio do catolicismo, ao qual fui inserida desde que nasci. Se sou pecadora, sou culpada. Se sou culpada, não mereço perdão. A não ser o divino, que nem sei se terei. Odeio isso.

Me libertei do catolicismo e aceitei o fato de que a minha consciência é que me guia. Diante dos meus pecados, me entenderei primeiro com ela. Isso não significa que eu não vá errar. Eu erro muito e erro na mosca. Mas significa, que serei a primeira a entender meu erro e as consequências dele na minha vida e na dos que amo. Antes de pedir perdão aos demais, terei que me perdoar. Se eu não for capaz fazê-lo, não há porque querer que o outro faça.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Palmas para o Xico Sá que tão brilhantemente relatou uma realidade de muito mau gosto

"DE UMA CARTA ABERTA AOS COVARDES NO AMOR ETC

Amigas, peço a devida licença para me dirigir exclusivamente aos meus semelhantes de sexo, esses moços, pobre moços, neste panfleto testosteronizado e inflamável, CUIDADO FRÁGIL. Sim, amigas, esses seres que andam tão assustados, fracos e medrosos, beirando a covardia amorosa de fato e de direito.

Destemidas fêmeas, caso notem que eles não leram, não estão nem ai para a nossa carta aberta, mostrem aos seus homens, namorados ou pretendentes, mostrem, recortem e colem nas geladeiras deles, larguem a página aberta no banheiro, na mesa do computador, na cabeceira da cama, deixem esta crônica grudada na tv, mas não antes do futebol da quarta, pois há o risco de simplesmente ser ignorada, enfim, me ajudem para que esta minha carta aberta aos rapazes chegue, de alguma forma, ao alcance deles.

Amigos, chega dessa pasmaceira, chega dessa eterna covardia amorosa. Amigos, se vocês soubessem o que elas andam falando por ai. Horrores ao nosso respeito. O pior é que elas estão cobertas de razão como umas Marias Antonietas cobertas de longos e impenetráveis vestidos.

Caros, estamos sendo tachados simplesmente de frouxos, medrosos, ensaios de macho, rascunhos de homens, além de tolos, como quase sempre somos.

Prestem atenção, amigos, faz sentido o que elas dizem. A maioria de nós anda correndo delas diante do menor sinal de vínculo, diante da menor intimidade, logo após a primeira ou segunda manhã de sexo. O que é isso companheiros? Fugir à melhor das lutas?

Nem vou falar na clássica falta de educação do dia seguinte. Ora, mandem nem que seja uma mensagem de texto delicada, seus preguiçosos, seus ordinários. O que custa um telefonema gentil, queiramos ou não dar seqüência à historia?!

Ora, depois daquela intimidade toda! Tudo bem que não mandemos flores, mas um mimo em palavra, nem que seja um lacônico: “Foi ótimo, noite linda!”.

Amigos, estamos errados quando pensamos que elas querem urgentemente nos levar ao altar ou juntar os trapos urgentemente. Nos enganamos. Erramos feio. Em muitas vezes, elas querem apenas o que nós também queremos: uma bela noitada! E, claro, delicadeza.

Por que praticamente exigimos uma segunda chance apenas quando falhamos, quando brochamos, algo demasiadamente humano? Ah, eis o ego do macho, o macho ferido por não ter sido o garanhão que se imagina na cama.

Sim, muitas querem um bom relacionamento, uma história com firmes laços afetivos. Primeiro que esse desejo é legítimo, lindo, está longe de ser um crime, e além do mais pode ser ótimo para todos nós.

Enquanto permanecermos com esse medinho de homem, nesse eterno e repetido “estou confuso” –“eu tô cafuso”, como dizia Didi Mocó!-, a vida passa e perdemos mil oportunidades de viver, no mínimo, bons momentos do gozo e felicidade possível. Afinal de contas para que estamos sobre a terra, apenas para morrer de trabalhar e enfartar com a final do campeonato?

Amigos, mulher não é para ser temida, é para nos dar o melhor da existência, para completar-nos, nada melhor do que a lição franciscana do “é dando que se recebe”, como cai bem nessa hora. Amigos, até sexo pra valer, aquele de arrepiar, só vem com a intimidade, os segredos da alcova, o desejo forte que impede até o ato que mais odiamos, a velha brochada da qual tratamos aí acima.

Caros, esqueçamos até mesmo o temor de decepcioná-las, no caso dos exemplares mais generosos do nosso clube. Não há decepção maior no mundo do que a nossa covardia em fugir do que poderia representar os bons momentos da felicidade possível, repito, não a felicidade utópica, que é bem polêmica, mas a felicidade que escapa covardemente entre nossos dedos sujos de caneta Bic a toda hora. Acordemos, para Jesus, amigos homens, levanta-te e anda condenado!

Rapazes, o amor acaba, o amor acaba em qualquer esquina, de qualquer estação, depois do teatro, a qualquer momento, como dizia Paulo Mendes Campos, mas ter medo de enfrentá-lo é ir desta para a outra mascando o jiló do desprazer e da falta de apetite na vida. Falta de vergonha na cara e de se permitir ser chamado de homem para valer e de verdade."



Escrito por xico sá no blog "O Carapuceiro"
http://carapuceiro.zip.net/

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Feliz, feliz, muito feliz, feliiiiiiiiiiiiiiiz!!!!

A epifania ou o equívoco? O que você escolhe?

"Eu lamento o fato de me despedir antes de qualquer possibilidade".

- Se lamenta, por que se despede?
- Porque não vou suportar te perder quando já estiver te amando.
- Você nem sabe se chegaremos a isso. Já passou pela sua cabeça que o amor pode não estar reservado pra gente?
- Não. Nosso primeiro encontro me deu apenas uma certeza. Se eu ficar, eu vou te amar.
- Posso saber das suas razões? As que te fariam me amar e aquelas que te levam a fugir.
- É tão fácil te amar. Suas entrelinhas me desafiam e convidam pra festa. As frases que você, sem perceber, articula tão bem roubam meus pensamentos no meio de uma tarde qualquer. Basta um telefonema seu para que a segunda-feira mais cinza ganhe ares de sábado. Quando você sorri, meu mundo inteiro se alegra.
- Agora compreendi. Você vai embora porque te faço feliz. E como você não suporta a felicidade, prefere fechar a porta. Realmente faz muito sentido.
- Eu vou embora para não te perder. Eu fecho a porta para não ter que abri-la quando, hipoteticamente, você fizer as malas. Eu não aceito os riscos que esse possível amor me obrigaria a correr. Eu prefiro um sentimento mais ameno ao olho do furacão que sua intensidade me traz. Construí minha cabana numa praia de águas calmas. Ondas me assustam. Não sei dominá-las.
- Você realmente precisa ir embora. Eu não quero levar a minha intensidade a alguém que foge pois acredita insanamente que pode ter controle. Nossa história não é um ringue e se fosse, depois dessas palavras, você perderia a luta. Eu escolho o risco a uma vida que não chega até a segunda página. E prefiro ver mil amores batendo a porta a nunca viver o milagre do encontro. Sou daqueles que acreditam, e que por acreditarem, fazem valer a pena.
- Talvez você queira mais do eu posso dar.
- Talvez você, por puro egoísmo, disponibilize apenas uma pequena parte de tudo que tem.
- Você está sendo injusta.
- Melhor que ser covarde. Não me venha com frases feitas afim de explicar o que não tem sentido. Essa sua indelicadeza maquiada me cansa e entristece. Uma possibilidade de amor jogada fora e você discursando sobre a cabana no mar sem ondas.
- Mas você disse que talvez o amor não fosse pra gente.
- E digo que um "talvez" deve ser checado. Não quero o benefício da dúvida.
- E o que você quer?
- Pra nós? Não quero mais nada. Pra você? Que nunca se arrependa.

O que inspirou esse post foi um texto do Blog Minímos Óbvios. A frase de abertura veio de lá. Pensei em tantas possibilidades de amor desperdiçadas entre tantos que poderiam simplesmente seguir pra ter certeza. Do sim ou do não. Mesmo que esta que vos escreve algumas vezes desista, acho que nunca se deve desistir de uma possibilidade amor. Ainda que ela não se concretize, apostar que pode dar certo é uma causa mais que nobre.