segunda-feira, 6 de julho de 2009

A epifania ou o equívoco? O que você escolhe?

"Eu lamento o fato de me despedir antes de qualquer possibilidade".

- Se lamenta, por que se despede?
- Porque não vou suportar te perder quando já estiver te amando.
- Você nem sabe se chegaremos a isso. Já passou pela sua cabeça que o amor pode não estar reservado pra gente?
- Não. Nosso primeiro encontro me deu apenas uma certeza. Se eu ficar, eu vou te amar.
- Posso saber das suas razões? As que te fariam me amar e aquelas que te levam a fugir.
- É tão fácil te amar. Suas entrelinhas me desafiam e convidam pra festa. As frases que você, sem perceber, articula tão bem roubam meus pensamentos no meio de uma tarde qualquer. Basta um telefonema seu para que a segunda-feira mais cinza ganhe ares de sábado. Quando você sorri, meu mundo inteiro se alegra.
- Agora compreendi. Você vai embora porque te faço feliz. E como você não suporta a felicidade, prefere fechar a porta. Realmente faz muito sentido.
- Eu vou embora para não te perder. Eu fecho a porta para não ter que abri-la quando, hipoteticamente, você fizer as malas. Eu não aceito os riscos que esse possível amor me obrigaria a correr. Eu prefiro um sentimento mais ameno ao olho do furacão que sua intensidade me traz. Construí minha cabana numa praia de águas calmas. Ondas me assustam. Não sei dominá-las.
- Você realmente precisa ir embora. Eu não quero levar a minha intensidade a alguém que foge pois acredita insanamente que pode ter controle. Nossa história não é um ringue e se fosse, depois dessas palavras, você perderia a luta. Eu escolho o risco a uma vida que não chega até a segunda página. E prefiro ver mil amores batendo a porta a nunca viver o milagre do encontro. Sou daqueles que acreditam, e que por acreditarem, fazem valer a pena.
- Talvez você queira mais do eu posso dar.
- Talvez você, por puro egoísmo, disponibilize apenas uma pequena parte de tudo que tem.
- Você está sendo injusta.
- Melhor que ser covarde. Não me venha com frases feitas afim de explicar o que não tem sentido. Essa sua indelicadeza maquiada me cansa e entristece. Uma possibilidade de amor jogada fora e você discursando sobre a cabana no mar sem ondas.
- Mas você disse que talvez o amor não fosse pra gente.
- E digo que um "talvez" deve ser checado. Não quero o benefício da dúvida.
- E o que você quer?
- Pra nós? Não quero mais nada. Pra você? Que nunca se arrependa.

O que inspirou esse post foi um texto do Blog Minímos Óbvios. A frase de abertura veio de lá. Pensei em tantas possibilidades de amor desperdiçadas entre tantos que poderiam simplesmente seguir pra ter certeza. Do sim ou do não. Mesmo que esta que vos escreve algumas vezes desista, acho que nunca se deve desistir de uma possibilidade amor. Ainda que ela não se concretize, apostar que pode dar certo é uma causa mais que nobre.

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