[Do começo de uma história qualquer, por causa de uma frase de um filme]
Tava escondido na varanda porque eu te amo. Eu não suportaria te encarar de frente, eu não saberia onde posicionar os braços enquanto falasse com você, eu não suportaria a grandiosidade da sua presença acentuando a mediocridade da minha. Tava escondido na varanda porque te guardo em segredo. Porque ali eu teria o pretexto da paisagem, de ter ouvido um barulho estranho na rua ou simplesmente de ter saído para tomar um ar ou ver o pôr do sol. Eu não precisaria esgueirar o que sinto. Tava escondido na varanda porque varanda é refúgio. A sala havia sido tomada por essa sua beleza e eu me sentiria um criminoso em te olhar nos olhos. Na varanda eu não sou ninguém e eu não te ocupo. Melhor assim, o não-dito. Enfim, somos frutos do que não é dito.
Fabrício Teixeira.
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