domingo, 31 de maio de 2009

"estamos meu bem por um triz, pro dia nascer feliz"
To verborrágica hj....fiquei mto tempo sem vir aqui e surtei...

Ai genteee!! Essa música é tão bunitinhaaaaaaa!

Grande fase!

Egídio La Pasta Jr., para a revista Paradoxo.

Ela entrou no apartamento pouco depois do sol nascer. Pegou uma garrafa de água e tomou quase de uma vez. Ao fechar a porta da geladeira, grudado por um imã, um papel preso a surpreendeu. A letra ela conhecia bem:


"Eu te esperei. Por alguns minutos alimentei a imaginação faminta de que ao entrar pela porta, eu te encontraria me esperando e um sorriso para iluminar a noite, para acender em nós a possibilidade de que mesmo no final de tudo, ainda é possível - veja que a ironia também pode ser linda – encontrar alguém. Alguém. Eu te esperei boa parte da noite. Impaciente com as conversas sem sentido, os encontros desnecessários, os perfumes fortes. Impaciente mas tolerável. Tolerável, porém seletivo. E quem seleciona, na melhor das hipóteses, é porque têm opções. E opções, você bem sabe, trazem a possibilidade do acerto. Lancei o meu olhar sobre a cidade e isso não te exclui. Apenas não te enaltece. Acertamos durante. Que não segue adiante por razões óbvias que só nos dizem respeito e sobre as quais, já brindamos. Mas acertamos. E é desse acerto, dessa junção de histórias, que eu vou lembrar com especial carinho. Sem rancor, sem desamor, sem mágoas, porque fomos nobres indivíduos que ousaram dizer a verdade quando todos camuflavam as intenções, redesenhavam as frases, compravam óculos escuros."

Uma noite tão boa!!!

Uma mesa cheia de amigos, cheia de encontros e completamente vazia de entrelinhas ou segundas intenções. Entre uma taça e outra de vinho, a cumplicidade, o carinho, o riso fácil, franco, gratuito!

Cigarros compartilhados, fumaça pra todo lado, mais uma garrafa e outra. Falávamos dos planos, dos acertos, das possibilidades.

A noite seguiu seu curso enquanto nós, os sete amigos inseparáveis, que há algum tempo não nos víamos, só queríamos estar ali.

Foi um encontro não agendado, não combinado, que simplesmente aconteceu. Uma mensagem no final da tarde, a sugestão do restaurante e cada um de nós disse sim sem titubear nem dar desculpas esfarrapadas.

Todos nós estávamos tão cheios de novidades. Falamos de coisas boas, citamos pessoas especiais, não concluímos coisa alguma a não ser que o melhor da vida é deixar que ela siga nos encantando.

Foi uma noite simples e por isso mesmo, simplesmente incrível. Tão feliz. Tão cheia das melhores energias.

Vou dormir com aquela sensanção que temos quando capturamos no ar um detalhe que colore a noite inteira com as tintas mais intensas e luminosas.

Deus está nos amigos. E isso é lindo demais!

Amo essa música!

sábado, 30 de maio de 2009

Tempo de renascer!

Existem momentos em que só nos resta silenciar. Eu silenciei. Para curar a dor, para deixar o rancor ir embora, para simplesmente compreender. Enfim, compreendi. Muito mais de mim, muito menos do outro. Mas entendendo a mim mesma, descomplico os demais. E foi isso que aconteceu.

Entendi que saudade não tem a ver com pegar o telefone, e num momento de descontrole, ligar. Saudade é uma forma de manter a dignidade de uma história que passou. É só ficar quietinho, que a saudade se acalma.

Entendi que não há rancor no mundo capaz de apagar os momentos de entrega que passamos ao lado de alguém.

Compreendi que a vida muda o curso das coisas e que isso, descortina diante de nossos olhos, novas e lindas possibilidades.

Aprendi o sentido do passado e a importância do presente.

Hoje, eu estou feliz. E mais uma vez, cheia de esperança, de alegria, de vontade de seguir.

Tive um sonho, em que as ondas do mar, traziam meu RG até mim. Nada mais emblemático, nada mais doce e genoroso. Eu me resgatei. Eu enfim, sei quem eu sou de novo. Me vejo a partir dos meus olhos.

Estou aqui de novo. Não apenas no blog, estou em mim novamente. Um brinde a vida que segue me surpreendendo. Sempre!

Flá.
E depois de um tempo de necessária reclusão, estou aqui novamente! :)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

"O amor se abriu pra mim, logo depois que você foi embora"

Le Cordon Bleu!

Imagine que a vida fosse a "Le Cordon Bleu". Um lugar com todos as cores, sabores, odores e ingredientes que nem cabem na imaginação da gente. Chegando lá, lhe dão a chance de montar o grande prato de sua vida, mas com uma condição: terás que harmonizar o doce e o salgado, precisarás fazer valer o ardido e refrescante. E três chances lhe serão dadas: poderás errar na primeira, permanecer no erro na segunda e finalmente, na terceira chance, reconhecê-lo.

E se fosse assim? E se a vida nos desse apenas três chances para reconhecer o grande erro?

Eu acho que Le Cordon Bleu se dividiria da seguinte forma:

Os egocêntricos, os egoístas, os dedicados, os humildes, os sábios.

Os egocêntricos, no primeiro erro, sairiam dali para abrir sua própria escola que certamente se chamaria, "Le Umbigleu".

Os egoístas, seriam os alquimistas do apocalipse. Misturariam todos os ingredientes que lhes apetecessem, ignorando qualquer dor de barriga alheia que pudessem causar.

Os dedicados, elaborariam teorias acerca do erro tentando decifrar a qualquer custo o enigma da esfinge. Eles perderiam a vida pois gastariam todo o seu precioso tempo elocubrando, e não lhes sobrariam dias para o fluir das alegrias.

Os humildes, repetiriam incansavelmente o mantra: não sei onde eu errei, mas confesso que errei.

Já os sábios, no primeiro erro, sentiriam a dor. No segundo, se redimiriam da falha e no terceiro, seriam egocêntricos o suficiente para saber que o erro enobrece, um tanto egoístas para não se matarem por ele, dedicados na busca do diagnóstico e humildes para, de coração, se desculparem e sentirem-se prontos para seguir adiante.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Eu não estou a venda

Acho que qualquer homem que se vende, vale um preço bem menor do que o que foi pago por ele. Admiro princípios. Meu pai, que tanto errou e que continua errando, soube me ensinar bem o valor deles. O erro faz parte da vida. O que difere um "errador ético" de um "dissimulado convicto" é a capacidade que o primeiro tem de botar as cartas na mesa, de abrir mão do blefe, de ser honesto ainda que isso signifique perder.

Eu aceito tudo o que a vida me dá. Desde que ela não me imponha a seguinte condição: para que você tenha o que tanto deseja, terá que abrir mão dos seus valores.

Eu não abro. Não ignoro a ética, não sei viver sem a verdade, não durmo com a hipocrisia.

Não espere que eu diga o que você quer ouvir só para acarinhar a sua vil vaidade. Eu também não vou jogar na sua cara o que você, por medo da realidade, enterrou a 7 palmos. Não sou dona de verdade alguma, a não ser da minha própria. Mas não espere que eu e te ajude a ignorar suas questões. Nunca ignorei as minhas. Por mais que enfrentá-las, algumas vezes me mortifique.

Sou do tipo que acredita que uma luta se vence pela técnica, pela dedicação, pelo talento, por amor. E se aquele que saiu vencedor, usou de outros meios menos nobres, ele não tem o meu respeito. E o prêmio que ele ganhou, não me desperta desejo algum.

Sou dessa gente que acredita que um bom trabalho supera qualquer contato genial. Sou dos diálogos arrebatadores de Almodóvar. Daquele tipo que ganha noites trabalhando duro, para inspirar alguém e que perde o sono buscando incansavelmente, a minha própria inspiração.

Sou dos que acreditam, dos que trabalham, dos que se doam, dos que se apaixonam pela possibilidade de abrir no mundo, uma janela que seja minha, e que só foi aberta pela presença de princípios.

sábado, 28 de março de 2009

"Respondo que ele aprisiona e eu liberto. Que ele adormece as paixões e eu desperto...

No fundo é uma eterna criança que não soube amadurecer. Eu posso, ele não vai poder me esquecer"

terça-feira, 24 de março de 2009

Momento Caio Fernando Abreu. Mais um...

DÉCIMO FRAGMENTO DA DÉCIMA TERCEIRA VOZ

"Bem sei que gostarias. Mas não te colocarão na cruz, querido. Quanta vaidade, quanto palavreado tolo, quanta culpa idiota. Tanta Piedosa Afetação Messiânica. Desde o começo, sempre foi mentira. E todos sabiam. Pelo menos, enfrenta. Como aquela, mentindo naturalidades com tamanha perfeição que até consegue dizer: sou simples. E diz a verdade quando mente. Não me venhas com Densas Complexidades Psicológicas. Artimanhas, embustezinhos corriqueiros. Portas falsas, coração. Tudo isso me nauseia como a décima dose de um licor de anis. Oxum boceja, uma pluma amarela cai de seu leque. A culpa não existe. A mentira não existe. Falas com arcanjos enquanto cagas. Depois lavas as mãos, lês amenidades pelos jornais. Tudo não passa de um emaranhado de vísceras. Levarás para o túmulo tanta delicadeza, tamanha pudicícia. Os vermes engordarão de tanto açúcar-cande. O que não impedirá o fedor deflutuar como uma aura às avessas sobre a tua cova. Depois, talvez, quem sabe, por que não o Túnel de Luz Ofuscante? Não decifras nada, esfinge de plástico. Até quando insistirás nessa valsa grotesca, nos cristais de palha?"
"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu."

Caio Fernando Abreu

Trechos de um texto de Egídio La Pasta Jr no blog Mínimos Óbvios.

"- ...Então eu pensei que já que eu estava me sentindo tão maravilhosa, por que um filme, um jantar, um amor?

- Porque nós precisamos de alguém. De atenção, do olhar de alguém, do carinho, do toque. E por mais deslumbrante que você esteja, se não há vida, se não tem recheio, humanidade, é de plástico, é vazio.

- Sabe que eu acho que você só entrou aqui hoje pra me encontrar? É isso, você só entrou aqui pra me provar que ainda é possível. Que ainda é tempo de desejar. Não o querer pelo querer....

...Mas o querer de planejar. O querer de quem se reconhece. Que se vê porque ousou olhar nos olhos. E viu a fantasia. A magia. O amor e suas farpas."

Egídio, você escreve lindamente! Seu texto melhora o meu! Obrigada.

segunda-feira, 23 de março de 2009

O que você faria se tivesse só uma chance?

quinta-feira, 19 de março de 2009

Plante onde você possa colher.
Nem a semente mais fértil é capaz de germinar numa terra estéril.

Uma noite pra ser lembrada

Ela se despiu das expectativas e foi escolher um vestido. Optou por um cobre, que cobria um pouco e mostrava um pouco. Era perfeito para um jantar que há tempos vinha sendo postergado.

O constrangimento do primeiro encontro não durou mais que dez segundos. O moço do riso fácil, do papo bom e do humor despretensioso fez com que ela se sentisse completamente a vontade. Tão a vontade que o primeiro palavrão da noite saiu da boca dela em quinze segundos. Era a única palavra que serviria para o contexto, que agora, não vem ao caso.

Ele escolheu cuidadosamente o restaurante, tendo a delicadeza de perguntar sobre as preferências gastronômicas da moça. Pediu ao sommelier a indicação de um vinho tinto, sem a menor preocupação em fazer o tipo “sou um profundo conhecedor das boas uvas e das melhores safras”. Na verdade, nenhum dos dois fez a menor questão de mostrar seus profundos conhecimentos sobre qualquer que fosse o assunto. O que fez daquele jantar uma deliciosa despretensão.

Falaram um monte sobre um monte de coisas. Riram muito da vida, dos causos, das alegrias e até das pequenas tristezas passadas. Identificavam aos poucos traços da personalidade do outro. Descobriam preferências, entendiam silêncios e alimentavam a curiosidade mútua.

O tempo passou, a fome passou, passou o desconhecimento. Uma intimidade se estabeleceu ali por puro acaso. Nada acontecia fora daquele encontro que merecesse a mais vaga lembrança. Pessoas chegavam, jantavam, saíam, novas pessoas entravam e nada deles perceberem a movimentação ao redor.

Naquela pequena mesa de madeira e toalha branca, enfeitada com flores e iluminada por velas, uma nova possibilidade nascia. E nascia, tanto pela empatia entre eles, quanto pelo momento de vida de ambos. Os dois buscavam a felicidade real e sabiam das responsabilidades envolvidas naquela possível conquista.

Por vários momentos ela se viu num estado de completo encantamento provocado por aquele homem. Um homem de verdade. Em paz com suas escolhas, certo do que espera da vida, empenhado em resolver as questões que ainda não tinham respostas.

Ele também se deixou encantar pela força da mulher e pela fragilidade da menina. Ele soube identificar sua passionalidade, soube respeitar sua mágoa profunda e recente, soube deixá-la confortável diante daquele encontro, do qual ela fugiu por dias em respeito à própria dor.

Sobre possíveis reencontros nada se sabe. Mas uma certeza os arrebatou: uma linda epifania aconteceu naquela noite.