segunda-feira, 10 de novembro de 2008

As coisas eram mais fáceis quando só havia o silêncio.

Foi um encontro intenso, entretanto rodeado por poréns. Ela se deixand0 diagnosticar, ele se desculpando por não transparecer. Depois das vírgulas, as reticências apareciam como se fossem bem-vindas. Mas o ponto que definiria ambos, não deixaria a porta aberta para um romance. E a noite seguiu sem se incomodar com a eminência do erro. E o erro aconteceu sem sequer pensar na possibilidade da dor. E ainda que a dor não tenha existido, a desilusão andou por ali.

Foi um encontro intenso, de risos fáceis, de um cheiro dele que a tirava do prumo e de um cheiro dela que o fazia querer. Foi um encontro daqueles. De conversas francas e sinceras, de uma confiança que se estabeleceu ali para dali ir embora como se nunca tivesse existido.

E assim os dois foram adiante, hora relutantes, hora inconsequentes, sem se importarem com o constrangimento absoluto do dia seguinte, quando ele indelicamente perguntou num tom quase afirmativo que a incomodou: erramos?

Já ela, com sua aparente maturidade, olhou-o nos olhos e sorriu simplesmente.

Mentira. Isso, foi o que ela gostaria de ter feito caso a presença de espírito não lhe tivesse abandonado. E tentando fazer o seu melhor ainda que sem conseguir, ela disse: eu não errei e se você pensa ter errado, por favor não compartilhe.

E ele não compartilhou. Aliás, não compartilharam. Não mais. Uma pena, pois eles foram felizes dentro daquele encontro...

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