sábado, 29 de novembro de 2008

Desabafo

Escrevi esse texto há 3 anos...

"Se você for tentar, vá até o fim"

Hoje, essa frase do escritor alemão Charles Bukowski meu deu duas coisas...uma bofetada bem no meio da cara e um grande beijo na boca. Fui nocauteada por ambos. Já tentei e desisti tantas vezes que nem sei. Acho que desisti de coisas, pessoas e sentimentos por várias razões. Mas de todas elas, a que me deixa mais chocada é que tenho certeza absoluta de que a grande maioria das vezes que desisti não foi por vontade, mas por medo, ou vergonha, ou alguma esquizofrenia qualquer que roubou de mim a coragem.
Jurei pra mim mesma, várias vezes, que nunca mais faria isso, como jurei também que nunca mais chegaria nem perto de ficar me justificando, mas foda-se. Tentar e desistir significa ficar parada no meio do caminho, sem forças pra voltar, sem coragem pra seguir.

As vezes penso que tô enlouquecendo. É sério. Eu não sei viver no mundo dessa gente louca, irresponsável em relação aos sentimentos dos outros, que fala o que não sente, que sente mas nunca fala, que trabalha e não vive, trabalha e não lê, não ouve música, não trepa, não vai ao cinema nem sai pra encher a cara. Não corresponde, não responde, não se importa. Moram numa bolha. Não fazem nada, como conseguem viver? Do que eles se alimentam? Deve ser por isso que as pessoas parecem tão desinteressantes de perto, bem de pertinho. Elas estão ocas. E também não sei conviver com auto-suficientes, esses não estão ocos porque estão cheios de si, lotados até a tampa da porra da solidão que juram que é legal. Esse estilozinho patético me brocha. Sabe por que? Porque EU SEI o quanto é bom não estar oca e nem cheia de mim. EU SEI o quanto é bom se importar. Que merda é essa? As pessoas estão plastificadas. Olhares de plástico, carinho de plástico, verdade de plástico, látex...

Apesar de....
Eu vou tentar, e vou até o fim.

Nenhum comentário: