Daí que uma amiga me ligou e disse: vamos sair pra comemorar? Pensei: "C.A.R.A.L.E.O". Do que essa pessoa ta falando? O que eu tenho pra comemorar? Em que parte legal eu dormi?
Esse finde foi de fuder piiiiiii da onça. Quero não! E estava certa disso.
Mas delicadamente perguntei: comemorar o que minha flor?
Foi quando ela categoricamente respondeu: comemorar você!
Eu não quis nem entrar em maiores detalhes e falei: quer saber? Bora lá me comemorar.
Tomei um banho bom, me perfumei, me maquiei, botas, vestido e cachecol. E fomos.
Vinho, cigarro, risadas, alguns poucos momentos de um choro atravancando a garganta, mais risadas, mais vinho e tudo foi voltando a ter cor.
No meio da tarde eu não me lembrava mais do meu luto. Pedimos os pratos e mais uma garrafa de vinho.
Eu estava com as bochechas rosadas. Em parte pelo álcool e em parte pela alegria que fez meu sangue circular novamente. Eu tinha uma feição de criança no momento que sai do castigo. A tarde era cinza e chuvosa, mas o sol estava ali. Ele sempre está. Mas algumas vezes, fica encoberto pelo ensaio de uma tempestade que vem, lava o que tem que lavar e purifica tudo de novo para que o sol volte a brilhar. E acreditem em mim, ele sempre volta.
Depois de horas de uma alegria despretenciosa e simples, resolvemos pedir a conta. Eis que o garçom chega com uma taça de Champagne e me oferece.
- Mas eu não pedi.
- É que alguém lhe mandou de presente.
Meu sorriso intimidou a tempestade. Ela já lavou o que tinha pra lavar.
Sabe o que pode acontecer quando estamos no singular? TUDO!
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