sábado, 25 de julho de 2009

Lindo de tirar o fôlego!

Não sei de quem é esse texto, mas gostaria que fosse meu!

"Mas eu fiz de tudo pra que você também visse. Visse que era eu, a tal pessoa especial. Fiz de tudo pra que você também sentisse, que era eu e mais ninguem. Fui inteligente, fui linda, fui magra, engraçada, fui triste, fiz charme, fui forte, fui frágil, fui alegre, de bem com a vida, meiga, gentil, fui grossa, alta, esperta, fui sonsa, loira, ruiva, morena. Contei piadas, cantei tragédias, liguei,não atendi, fiz poemas e não mandei, mandei poemas que não fiz. Escutei músicas que gostava, gostei das músicas que ouvi, desgostei, comentei, calei. Fui a mais ousada, a mais tímida, a mais tua, a única. Falei de sentimentos, fingi que não sentia. Te mostrei os meus ritmos, entrei na tua dança. Quis você todos os dias, esnobei tua presença. Fui a mais menina, a mais mulher, fui companheira, amiga, fiel conselheira, fui presente, distante, te contei meus segredos, neguei meus abraços. Fui burra. Fiz de tudo pra ser tudo o que sempre quis, de todas as formas, de todos os jeitos. E por fim, te ouvi dizer que me amava, quando já não me importava.”

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Saudade dos inferrrrrrrrrrrrrrrrrrrrno....saco.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Pensando em me perder pelo mundo pra ver se me encontro...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

sábado, 11 de julho de 2009

Sábado chuvoso as voltas com meus filmes, livros, pensamentos, cobertor. Feliz com isso.

Somos capazes de perdoar?



Pra mim, o perdão não tem a ver com entendimento, compreensão ou generosidade. Perdoar requer aceitação. Aceitar o erro não é compreendê-lo, é simplesmente lidar com o fato de que todos nós passamos pela vida numa sucessão incontável deles. Os que cometemos e aqueles que nos acomentem.

Não acho que o perdão enobrece. Acho que ele redime. Ele nos deixa seguir em paz. Com um pouco mais de leveza. Com menos rancor. Perdoar não é abrir as portas já fechadas para um amor que se acabou. Mas é pensar mais nos bons momentos, que naqueles que nos machucaram. Perdão não é sinônimo de "claro meu grande ex-amigo, volte a frenquentar a sala do meu coraçao". É simplesmente aquietar a mágoa deixando que ela sutil e lentamente, vá embora.

O perdão não restaura sentimentos rachados. Mas ele nos faz sentir coisas novas e menos tensas. O perdão redireciona os holofotes da nossa dor. Quando deixamos que ele entre, ele faz uma faxina em cada canto da mágoa estéril. O perdão fertiliza uma terra há muito desnutrida. Ele nos permite o recomeço.

O filme acima é um grande beijo na boca e uma bofetada bem no meio da cara. Pelo menos foi assim que me senti enquanto, chorando baldes, eu assistia.

Acho que a dificuldade em perdoar o outro, vem do fato de muitas vezes, não conserguirmos nos perdoar. Passei a vida as voltas com duas palavras cruéis e na maioria das vezes, mal aplicadas: pecado e culpa. Esse tormento foi a parte que me coube no latifúndio do catolicismo, ao qual fui inserida desde que nasci. Se sou pecadora, sou culpada. Se sou culpada, não mereço perdão. A não ser o divino, que nem sei se terei. Odeio isso.

Me libertei do catolicismo e aceitei o fato de que a minha consciência é que me guia. Diante dos meus pecados, me entenderei primeiro com ela. Isso não significa que eu não vá errar. Eu erro muito e erro na mosca. Mas significa, que serei a primeira a entender meu erro e as consequências dele na minha vida e na dos que amo. Antes de pedir perdão aos demais, terei que me perdoar. Se eu não for capaz fazê-lo, não há porque querer que o outro faça.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Palmas para o Xico Sá que tão brilhantemente relatou uma realidade de muito mau gosto

"DE UMA CARTA ABERTA AOS COVARDES NO AMOR ETC

Amigas, peço a devida licença para me dirigir exclusivamente aos meus semelhantes de sexo, esses moços, pobre moços, neste panfleto testosteronizado e inflamável, CUIDADO FRÁGIL. Sim, amigas, esses seres que andam tão assustados, fracos e medrosos, beirando a covardia amorosa de fato e de direito.

Destemidas fêmeas, caso notem que eles não leram, não estão nem ai para a nossa carta aberta, mostrem aos seus homens, namorados ou pretendentes, mostrem, recortem e colem nas geladeiras deles, larguem a página aberta no banheiro, na mesa do computador, na cabeceira da cama, deixem esta crônica grudada na tv, mas não antes do futebol da quarta, pois há o risco de simplesmente ser ignorada, enfim, me ajudem para que esta minha carta aberta aos rapazes chegue, de alguma forma, ao alcance deles.

Amigos, chega dessa pasmaceira, chega dessa eterna covardia amorosa. Amigos, se vocês soubessem o que elas andam falando por ai. Horrores ao nosso respeito. O pior é que elas estão cobertas de razão como umas Marias Antonietas cobertas de longos e impenetráveis vestidos.

Caros, estamos sendo tachados simplesmente de frouxos, medrosos, ensaios de macho, rascunhos de homens, além de tolos, como quase sempre somos.

Prestem atenção, amigos, faz sentido o que elas dizem. A maioria de nós anda correndo delas diante do menor sinal de vínculo, diante da menor intimidade, logo após a primeira ou segunda manhã de sexo. O que é isso companheiros? Fugir à melhor das lutas?

Nem vou falar na clássica falta de educação do dia seguinte. Ora, mandem nem que seja uma mensagem de texto delicada, seus preguiçosos, seus ordinários. O que custa um telefonema gentil, queiramos ou não dar seqüência à historia?!

Ora, depois daquela intimidade toda! Tudo bem que não mandemos flores, mas um mimo em palavra, nem que seja um lacônico: “Foi ótimo, noite linda!”.

Amigos, estamos errados quando pensamos que elas querem urgentemente nos levar ao altar ou juntar os trapos urgentemente. Nos enganamos. Erramos feio. Em muitas vezes, elas querem apenas o que nós também queremos: uma bela noitada! E, claro, delicadeza.

Por que praticamente exigimos uma segunda chance apenas quando falhamos, quando brochamos, algo demasiadamente humano? Ah, eis o ego do macho, o macho ferido por não ter sido o garanhão que se imagina na cama.

Sim, muitas querem um bom relacionamento, uma história com firmes laços afetivos. Primeiro que esse desejo é legítimo, lindo, está longe de ser um crime, e além do mais pode ser ótimo para todos nós.

Enquanto permanecermos com esse medinho de homem, nesse eterno e repetido “estou confuso” –“eu tô cafuso”, como dizia Didi Mocó!-, a vida passa e perdemos mil oportunidades de viver, no mínimo, bons momentos do gozo e felicidade possível. Afinal de contas para que estamos sobre a terra, apenas para morrer de trabalhar e enfartar com a final do campeonato?

Amigos, mulher não é para ser temida, é para nos dar o melhor da existência, para completar-nos, nada melhor do que a lição franciscana do “é dando que se recebe”, como cai bem nessa hora. Amigos, até sexo pra valer, aquele de arrepiar, só vem com a intimidade, os segredos da alcova, o desejo forte que impede até o ato que mais odiamos, a velha brochada da qual tratamos aí acima.

Caros, esqueçamos até mesmo o temor de decepcioná-las, no caso dos exemplares mais generosos do nosso clube. Não há decepção maior no mundo do que a nossa covardia em fugir do que poderia representar os bons momentos da felicidade possível, repito, não a felicidade utópica, que é bem polêmica, mas a felicidade que escapa covardemente entre nossos dedos sujos de caneta Bic a toda hora. Acordemos, para Jesus, amigos homens, levanta-te e anda condenado!

Rapazes, o amor acaba, o amor acaba em qualquer esquina, de qualquer estação, depois do teatro, a qualquer momento, como dizia Paulo Mendes Campos, mas ter medo de enfrentá-lo é ir desta para a outra mascando o jiló do desprazer e da falta de apetite na vida. Falta de vergonha na cara e de se permitir ser chamado de homem para valer e de verdade."



Escrito por xico sá no blog "O Carapuceiro"
http://carapuceiro.zip.net/

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Feliz, feliz, muito feliz, feliiiiiiiiiiiiiiiz!!!!

A epifania ou o equívoco? O que você escolhe?

"Eu lamento o fato de me despedir antes de qualquer possibilidade".

- Se lamenta, por que se despede?
- Porque não vou suportar te perder quando já estiver te amando.
- Você nem sabe se chegaremos a isso. Já passou pela sua cabeça que o amor pode não estar reservado pra gente?
- Não. Nosso primeiro encontro me deu apenas uma certeza. Se eu ficar, eu vou te amar.
- Posso saber das suas razões? As que te fariam me amar e aquelas que te levam a fugir.
- É tão fácil te amar. Suas entrelinhas me desafiam e convidam pra festa. As frases que você, sem perceber, articula tão bem roubam meus pensamentos no meio de uma tarde qualquer. Basta um telefonema seu para que a segunda-feira mais cinza ganhe ares de sábado. Quando você sorri, meu mundo inteiro se alegra.
- Agora compreendi. Você vai embora porque te faço feliz. E como você não suporta a felicidade, prefere fechar a porta. Realmente faz muito sentido.
- Eu vou embora para não te perder. Eu fecho a porta para não ter que abri-la quando, hipoteticamente, você fizer as malas. Eu não aceito os riscos que esse possível amor me obrigaria a correr. Eu prefiro um sentimento mais ameno ao olho do furacão que sua intensidade me traz. Construí minha cabana numa praia de águas calmas. Ondas me assustam. Não sei dominá-las.
- Você realmente precisa ir embora. Eu não quero levar a minha intensidade a alguém que foge pois acredita insanamente que pode ter controle. Nossa história não é um ringue e se fosse, depois dessas palavras, você perderia a luta. Eu escolho o risco a uma vida que não chega até a segunda página. E prefiro ver mil amores batendo a porta a nunca viver o milagre do encontro. Sou daqueles que acreditam, e que por acreditarem, fazem valer a pena.
- Talvez você queira mais do eu posso dar.
- Talvez você, por puro egoísmo, disponibilize apenas uma pequena parte de tudo que tem.
- Você está sendo injusta.
- Melhor que ser covarde. Não me venha com frases feitas afim de explicar o que não tem sentido. Essa sua indelicadeza maquiada me cansa e entristece. Uma possibilidade de amor jogada fora e você discursando sobre a cabana no mar sem ondas.
- Mas você disse que talvez o amor não fosse pra gente.
- E digo que um "talvez" deve ser checado. Não quero o benefício da dúvida.
- E o que você quer?
- Pra nós? Não quero mais nada. Pra você? Que nunca se arrependa.

O que inspirou esse post foi um texto do Blog Minímos Óbvios. A frase de abertura veio de lá. Pensei em tantas possibilidades de amor desperdiçadas entre tantos que poderiam simplesmente seguir pra ter certeza. Do sim ou do não. Mesmo que esta que vos escreve algumas vezes desista, acho que nunca se deve desistir de uma possibilidade amor. Ainda que ela não se concretize, apostar que pode dar certo é uma causa mais que nobre.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Pra minha mais nova amiga de infância...

Alguns encontros são completamente inesperados e profundamente arrebatadores. A vida chega e sem dar aviso, coloca diante de nossos olhos, alguém que de cara nos deixa a certeza de que nunca estaremos sozinhos.

Foi assim com você, minha linda e querida amiga. Dona de um sorriso maravilhoso e franco. As vezes parece uma criança de tão surpreendente. Noutras, mostra a força de uma mulher incrível, encantadora, singular.

Quero ter você pra sempre ao meu lado. Amizades assim não nos arrebatam todos os dias. E olha que o maior presente que tenho na vida são os meus amigos. Muitos e muito especiais.

Que bom ter você entre eles! Que lindo presente ter você por perto!

Com carinho,

Flá.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Férias

Preciso de férias. Férias da Flávia Campos - a ilustre desconhecida publicitária planejadora. Férias das reuniões exaustivas mas nem sempre produtivas.

Férias da maquiagem rápida que faço no meio da Sumaré engarrafada e que diga-se de passagem, me rendeu uma multa no mês passado. Na falta da categoria - bancando a perua no volante - fui multada por falar ao telefone. Eu só tava passando um corretivo básico nos olhos, saco!

Preciso de mim. De um tempo comigo. Sabe eu? É, euzinha. A Flá. Sem corretivo, sem batom, sem juízo, sem ressalvas nem poréns nem a caceta do texto legal que o mundo corporativo, muitas vezes nos obriga a armazenar no "eusouprofissional" mode on.

Preciso ir por aí. E só não levo um violão porque não tenho. Não sei tocar. Sempre amei música. Mas nunca toquei. Salvo o piano, minha fugaz e maior paixão. Na música, é claro.

Preciso de mim mais do que qualquer outra pessoa no mundo possa precisar agora. Quero o meu colo, a minha companhia bipolar, os meus conselhos e as minhas palavras nada sábias, mas sempre sinceras.

Preciso dar um tempo dessa merda toda. Dessa gente de latex, plástico, que compra óculos escuros (beeeeem grandes) pra não ter que olhar nos olhos.

Pretendo levar só o protetor solar e o ipod. Os vinhos e livros eu compro pelo caminho. Sempre adorei livrarias. Já a paixão pelo vinho é um pouco mais recente. Mas completamente ignorante. Não entendo nada. Coisa chata é entendedor de vinho, né não?

Os amigos de sempre, vão como sempre no meu coração. O sorriso franco e o peito aberto garantem a conquista dos novos.

Vou andar, bater perna, perambular. Vou observar. Não sei bem do roteiro, só sei do meu caminhar. O que quero mesmo é estar em boa companhia. E no caso, tô falando de mim. O assunto sou eu. Não o "eu" publicitária, mas o "eu" na íntegra, nas entrelinhas. Em carne, osso, víceras e coração.

Preciso de férias. Não sei se longas, curtas, literais. Preciso de ar. De mar. De mim.

E como cantou o mestre Cartola - deixe-me ir, preciso andar.

Alguma sugestão de roteiro que atenda o meu precisar?

Flá, apenas.

domingo, 21 de junho de 2009

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Ronaldo!

If you forget me - Pablo Neruda

"I want you to know
one thing.

You know how this is:
if I look
at the crystal moon, at the red branch
of the slow autumn at my window,
if I touch
near the fire
the impalpable ash
or the wrinkled body of the log,
everything carries me to you,
as if everything that exists,
aromas, light, metals,
were little boats
that sail
toward those isles of yours that wait for me.

Well, now,
if little by little you stop loving me
I shall stop loving you little by little.

If suddenly
you forget me
do not look for me,
for I shall already have forgotten you.

If you think it long and mad,
the wind of banners
that passes through my life,
and you decide
to leave me at the shore
of the heart where I have roots,
remember
that on that day,
at that hour,
I shall lift my arms
and my roots will set off
to seek another land.

But
if each day,
each hour,
you feel that you are destined for me
with implacable sweetness,
if each day a flower
climbs up to your lips to seek me,
ah my love, ah my own,
in me all that fire is repeated,
in me nothing is extinguished or forgotten,
my love feeds on your love, beloved,
and as long as you live it will be in your arms
without leaving mine."
"Não tenho tempo pra mais nada. Ser feliz me consome!"

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão

Preciso respirar, mas pretendo continuar perdendo o fôlego.

Valorizo certa seriedade na forma de conduzir o pouco sobre o qual eu tenho controle, mas quero chorar de rir evocando a molecagem, a infância, a palhaçada.

Quero meus pés bem firmes no chão, mas vou saltar sem medo da queda, sentindo sinceramente o vento na cabeleira.

Quero que a vida me aponte caminhos para que eu possa escolher e para que eu escolha renunciar. Afinal, já sou bem grandinha pra saber que tudo, não da pra ter. E que cada escolha é também uma renúncia.

Quero o picadeiro, as luzes e a pista cheia, para depois poder voltar para uma cama quentinha e para um abraço que me faça sonhar. Quero um chamego ao silenciar da noite e um café forte na cama ao nascer do sol.

Quero o doce, o frio, o salgado, o quente. Quero os sentidos e os sentimentos. Todos eles no volume máximo. Eu vivo a vida em voz alta. E isso é lindo.

Quero o singular no plural. Quero a transformação no gerúndio. Mudando tudo dentro e fora.

Eu quero a completa intensidade das horas em que plural e singular se misturam. Eu não quero explição. E não quero me explicar. As vezes me sinto como um produto sem manual de instruções. Não sei como me operar. Adoro isso. O previsível sempre me cansou um tanto.

Saibam, eu sempre surpreendo. A mim e aos outros. Isso não tem fim. Espero que nunca tenha.

sábado, 6 de junho de 2009

quarta-feira, 3 de junho de 2009

34 anos daqui a exatamente 1 mês!

Muito bem vividos, diga-se de passagem.

Repletos das alegrias e das dores que fizeram de mim tudo isso e mais um tanto!

Imperfeita assumida e declarada.

Na eterna tentativa de ser uma pessoa mais digna de tudo de incrível que a vida tão generosamente, sempre colocou na altura dos meus olhos atentos e curiosos. E claro, eternamente gratos.

Quem me conhece e gosta, que esteja ao meu lado nessa doce jornada.

Quem não gostar, que saia delicadamente da sala!

terça-feira, 2 de junho de 2009

A vida é uma só

Clichê né. Pois é. Mas as vezes a gente nem se da conta do quão verdadeiro ele é. Se vamos nascer de novo, se vamos reencarnar, se viveremos num condomínio cheio de cachorros lindos correndo de um lado pro outro no céu (minha concepção de céu é essa, um lugar cheio de cachorros lindos e saltitantes) ninguém sabe. E se soubéssemos seria uma falta de sentido isso aqui. Sabe por quê? Porque muitos passariam a vida no sofá esperando que a próxima vida fosse mais movimentada.

Um avião caiu no domingo a noite. Desintegrando promessas de vida nova, de amores futuros, de possíveis filhos, de um reencontro que dolorosamente não acontecerá.

Eu poderia estar lá. Você também. E um de nossos amigos ou familiares. E ainda que nenhum dos nossos conhecidos estivesse la dentro, é impossível não se comover, não se questionar, não se entristecer. Somos todos, absolutamente frágeis. Cristal.

A vida é assim, num segundo tudo está inteiro e no segundo seguinte, tudo pode estar aos cacos. Portanto, eu quero continuar vivendo intensamente. Pingando de suor na pista de tanto dançar. Fazendo com paixão o trabalho que me propus a fazer. Me apaixonando perdidamente. Tendo noitadas de vinho e de riso descontrolado com meus amigos, ainda que eu esteja um caco depois de um dia de trabalho insano.

Eu vou continuar tratando todas as pessoas que me são caras e imprescindíveis com o maior amor desse mundo. Ainda que eu me decepcione, ainda que eu um dia as perca, ainda que elas decidam sair da minha vida sem dizer o motivo. E principalmente, vou fazer acreditando no dia de hoje, que pode ou não ser o último, mas que certamente é único. E é único pois é dele que é feito o agora. E o agora, é tudo o que temos na vida.

Eu quero viver os ganhos sem o medo das perdas. Elas são inevitáveis e uma hora acontece pra todos nós. Eu quero me jogar nas presenças. Quanto às ausências, cabe a cada um de nós sofrê-las sem deixar que a vida pare. Temos todos os nossos momentos de luto. Seja pelas rupturas bruscas dos nossos relacionamentos afetivos, seja pela dor incomparável causada pela morte daqueles que amamos.

Não há como evitar a dor. Uma hora ela chega sem bater na porta e entra, ainda que esteja trancada. Mas há como viver os momentos de alegria até a última gota. Com gratidão, com o coração descompassado de emoção, inocente como o coração das crianças que simplesmente aceitam que nunca saberão do que virá.

Se o amanhã será melhor ou pior, não me interessa saber. Eu quero mais é me jogar no hoje, no agora, no minuto precioso de vida que tenho nas mãos. Ele é só o que tenho, ele é tudo o que preciso. Se for triste, vai passar. E se for feliz, também.

domingo, 31 de maio de 2009

"estamos meu bem por um triz, pro dia nascer feliz"
To verborrágica hj....fiquei mto tempo sem vir aqui e surtei...

Ai genteee!! Essa música é tão bunitinhaaaaaaa!

Grande fase!

Egídio La Pasta Jr., para a revista Paradoxo.

Ela entrou no apartamento pouco depois do sol nascer. Pegou uma garrafa de água e tomou quase de uma vez. Ao fechar a porta da geladeira, grudado por um imã, um papel preso a surpreendeu. A letra ela conhecia bem:


"Eu te esperei. Por alguns minutos alimentei a imaginação faminta de que ao entrar pela porta, eu te encontraria me esperando e um sorriso para iluminar a noite, para acender em nós a possibilidade de que mesmo no final de tudo, ainda é possível - veja que a ironia também pode ser linda – encontrar alguém. Alguém. Eu te esperei boa parte da noite. Impaciente com as conversas sem sentido, os encontros desnecessários, os perfumes fortes. Impaciente mas tolerável. Tolerável, porém seletivo. E quem seleciona, na melhor das hipóteses, é porque têm opções. E opções, você bem sabe, trazem a possibilidade do acerto. Lancei o meu olhar sobre a cidade e isso não te exclui. Apenas não te enaltece. Acertamos durante. Que não segue adiante por razões óbvias que só nos dizem respeito e sobre as quais, já brindamos. Mas acertamos. E é desse acerto, dessa junção de histórias, que eu vou lembrar com especial carinho. Sem rancor, sem desamor, sem mágoas, porque fomos nobres indivíduos que ousaram dizer a verdade quando todos camuflavam as intenções, redesenhavam as frases, compravam óculos escuros."

Uma noite tão boa!!!

Uma mesa cheia de amigos, cheia de encontros e completamente vazia de entrelinhas ou segundas intenções. Entre uma taça e outra de vinho, a cumplicidade, o carinho, o riso fácil, franco, gratuito!

Cigarros compartilhados, fumaça pra todo lado, mais uma garrafa e outra. Falávamos dos planos, dos acertos, das possibilidades.

A noite seguiu seu curso enquanto nós, os sete amigos inseparáveis, que há algum tempo não nos víamos, só queríamos estar ali.

Foi um encontro não agendado, não combinado, que simplesmente aconteceu. Uma mensagem no final da tarde, a sugestão do restaurante e cada um de nós disse sim sem titubear nem dar desculpas esfarrapadas.

Todos nós estávamos tão cheios de novidades. Falamos de coisas boas, citamos pessoas especiais, não concluímos coisa alguma a não ser que o melhor da vida é deixar que ela siga nos encantando.

Foi uma noite simples e por isso mesmo, simplesmente incrível. Tão feliz. Tão cheia das melhores energias.

Vou dormir com aquela sensanção que temos quando capturamos no ar um detalhe que colore a noite inteira com as tintas mais intensas e luminosas.

Deus está nos amigos. E isso é lindo demais!

Amo essa música!

sábado, 30 de maio de 2009

Tempo de renascer!

Existem momentos em que só nos resta silenciar. Eu silenciei. Para curar a dor, para deixar o rancor ir embora, para simplesmente compreender. Enfim, compreendi. Muito mais de mim, muito menos do outro. Mas entendendo a mim mesma, descomplico os demais. E foi isso que aconteceu.

Entendi que saudade não tem a ver com pegar o telefone, e num momento de descontrole, ligar. Saudade é uma forma de manter a dignidade de uma história que passou. É só ficar quietinho, que a saudade se acalma.

Entendi que não há rancor no mundo capaz de apagar os momentos de entrega que passamos ao lado de alguém.

Compreendi que a vida muda o curso das coisas e que isso, descortina diante de nossos olhos, novas e lindas possibilidades.

Aprendi o sentido do passado e a importância do presente.

Hoje, eu estou feliz. E mais uma vez, cheia de esperança, de alegria, de vontade de seguir.

Tive um sonho, em que as ondas do mar, traziam meu RG até mim. Nada mais emblemático, nada mais doce e genoroso. Eu me resgatei. Eu enfim, sei quem eu sou de novo. Me vejo a partir dos meus olhos.

Estou aqui de novo. Não apenas no blog, estou em mim novamente. Um brinde a vida que segue me surpreendendo. Sempre!

Flá.
E depois de um tempo de necessária reclusão, estou aqui novamente! :)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

"O amor se abriu pra mim, logo depois que você foi embora"

Le Cordon Bleu!

Imagine que a vida fosse a "Le Cordon Bleu". Um lugar com todos as cores, sabores, odores e ingredientes que nem cabem na imaginação da gente. Chegando lá, lhe dão a chance de montar o grande prato de sua vida, mas com uma condição: terás que harmonizar o doce e o salgado, precisarás fazer valer o ardido e refrescante. E três chances lhe serão dadas: poderás errar na primeira, permanecer no erro na segunda e finalmente, na terceira chance, reconhecê-lo.

E se fosse assim? E se a vida nos desse apenas três chances para reconhecer o grande erro?

Eu acho que Le Cordon Bleu se dividiria da seguinte forma:

Os egocêntricos, os egoístas, os dedicados, os humildes, os sábios.

Os egocêntricos, no primeiro erro, sairiam dali para abrir sua própria escola que certamente se chamaria, "Le Umbigleu".

Os egoístas, seriam os alquimistas do apocalipse. Misturariam todos os ingredientes que lhes apetecessem, ignorando qualquer dor de barriga alheia que pudessem causar.

Os dedicados, elaborariam teorias acerca do erro tentando decifrar a qualquer custo o enigma da esfinge. Eles perderiam a vida pois gastariam todo o seu precioso tempo elocubrando, e não lhes sobrariam dias para o fluir das alegrias.

Os humildes, repetiriam incansavelmente o mantra: não sei onde eu errei, mas confesso que errei.

Já os sábios, no primeiro erro, sentiriam a dor. No segundo, se redimiriam da falha e no terceiro, seriam egocêntricos o suficiente para saber que o erro enobrece, um tanto egoístas para não se matarem por ele, dedicados na busca do diagnóstico e humildes para, de coração, se desculparem e sentirem-se prontos para seguir adiante.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Eu não estou a venda

Acho que qualquer homem que se vende, vale um preço bem menor do que o que foi pago por ele. Admiro princípios. Meu pai, que tanto errou e que continua errando, soube me ensinar bem o valor deles. O erro faz parte da vida. O que difere um "errador ético" de um "dissimulado convicto" é a capacidade que o primeiro tem de botar as cartas na mesa, de abrir mão do blefe, de ser honesto ainda que isso signifique perder.

Eu aceito tudo o que a vida me dá. Desde que ela não me imponha a seguinte condição: para que você tenha o que tanto deseja, terá que abrir mão dos seus valores.

Eu não abro. Não ignoro a ética, não sei viver sem a verdade, não durmo com a hipocrisia.

Não espere que eu diga o que você quer ouvir só para acarinhar a sua vil vaidade. Eu também não vou jogar na sua cara o que você, por medo da realidade, enterrou a 7 palmos. Não sou dona de verdade alguma, a não ser da minha própria. Mas não espere que eu e te ajude a ignorar suas questões. Nunca ignorei as minhas. Por mais que enfrentá-las, algumas vezes me mortifique.

Sou do tipo que acredita que uma luta se vence pela técnica, pela dedicação, pelo talento, por amor. E se aquele que saiu vencedor, usou de outros meios menos nobres, ele não tem o meu respeito. E o prêmio que ele ganhou, não me desperta desejo algum.

Sou dessa gente que acredita que um bom trabalho supera qualquer contato genial. Sou dos diálogos arrebatadores de Almodóvar. Daquele tipo que ganha noites trabalhando duro, para inspirar alguém e que perde o sono buscando incansavelmente, a minha própria inspiração.

Sou dos que acreditam, dos que trabalham, dos que se doam, dos que se apaixonam pela possibilidade de abrir no mundo, uma janela que seja minha, e que só foi aberta pela presença de princípios.

sábado, 28 de março de 2009

"Respondo que ele aprisiona e eu liberto. Que ele adormece as paixões e eu desperto...

No fundo é uma eterna criança que não soube amadurecer. Eu posso, ele não vai poder me esquecer"

terça-feira, 24 de março de 2009

Momento Caio Fernando Abreu. Mais um...

DÉCIMO FRAGMENTO DA DÉCIMA TERCEIRA VOZ

"Bem sei que gostarias. Mas não te colocarão na cruz, querido. Quanta vaidade, quanto palavreado tolo, quanta culpa idiota. Tanta Piedosa Afetação Messiânica. Desde o começo, sempre foi mentira. E todos sabiam. Pelo menos, enfrenta. Como aquela, mentindo naturalidades com tamanha perfeição que até consegue dizer: sou simples. E diz a verdade quando mente. Não me venhas com Densas Complexidades Psicológicas. Artimanhas, embustezinhos corriqueiros. Portas falsas, coração. Tudo isso me nauseia como a décima dose de um licor de anis. Oxum boceja, uma pluma amarela cai de seu leque. A culpa não existe. A mentira não existe. Falas com arcanjos enquanto cagas. Depois lavas as mãos, lês amenidades pelos jornais. Tudo não passa de um emaranhado de vísceras. Levarás para o túmulo tanta delicadeza, tamanha pudicícia. Os vermes engordarão de tanto açúcar-cande. O que não impedirá o fedor deflutuar como uma aura às avessas sobre a tua cova. Depois, talvez, quem sabe, por que não o Túnel de Luz Ofuscante? Não decifras nada, esfinge de plástico. Até quando insistirás nessa valsa grotesca, nos cristais de palha?"
"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu."

Caio Fernando Abreu

Trechos de um texto de Egídio La Pasta Jr no blog Mínimos Óbvios.

"- ...Então eu pensei que já que eu estava me sentindo tão maravilhosa, por que um filme, um jantar, um amor?

- Porque nós precisamos de alguém. De atenção, do olhar de alguém, do carinho, do toque. E por mais deslumbrante que você esteja, se não há vida, se não tem recheio, humanidade, é de plástico, é vazio.

- Sabe que eu acho que você só entrou aqui hoje pra me encontrar? É isso, você só entrou aqui pra me provar que ainda é possível. Que ainda é tempo de desejar. Não o querer pelo querer....

...Mas o querer de planejar. O querer de quem se reconhece. Que se vê porque ousou olhar nos olhos. E viu a fantasia. A magia. O amor e suas farpas."

Egídio, você escreve lindamente! Seu texto melhora o meu! Obrigada.

segunda-feira, 23 de março de 2009

O que você faria se tivesse só uma chance?

quinta-feira, 19 de março de 2009

Plante onde você possa colher.
Nem a semente mais fértil é capaz de germinar numa terra estéril.

Uma noite pra ser lembrada

Ela se despiu das expectativas e foi escolher um vestido. Optou por um cobre, que cobria um pouco e mostrava um pouco. Era perfeito para um jantar que há tempos vinha sendo postergado.

O constrangimento do primeiro encontro não durou mais que dez segundos. O moço do riso fácil, do papo bom e do humor despretensioso fez com que ela se sentisse completamente a vontade. Tão a vontade que o primeiro palavrão da noite saiu da boca dela em quinze segundos. Era a única palavra que serviria para o contexto, que agora, não vem ao caso.

Ele escolheu cuidadosamente o restaurante, tendo a delicadeza de perguntar sobre as preferências gastronômicas da moça. Pediu ao sommelier a indicação de um vinho tinto, sem a menor preocupação em fazer o tipo “sou um profundo conhecedor das boas uvas e das melhores safras”. Na verdade, nenhum dos dois fez a menor questão de mostrar seus profundos conhecimentos sobre qualquer que fosse o assunto. O que fez daquele jantar uma deliciosa despretensão.

Falaram um monte sobre um monte de coisas. Riram muito da vida, dos causos, das alegrias e até das pequenas tristezas passadas. Identificavam aos poucos traços da personalidade do outro. Descobriam preferências, entendiam silêncios e alimentavam a curiosidade mútua.

O tempo passou, a fome passou, passou o desconhecimento. Uma intimidade se estabeleceu ali por puro acaso. Nada acontecia fora daquele encontro que merecesse a mais vaga lembrança. Pessoas chegavam, jantavam, saíam, novas pessoas entravam e nada deles perceberem a movimentação ao redor.

Naquela pequena mesa de madeira e toalha branca, enfeitada com flores e iluminada por velas, uma nova possibilidade nascia. E nascia, tanto pela empatia entre eles, quanto pelo momento de vida de ambos. Os dois buscavam a felicidade real e sabiam das responsabilidades envolvidas naquela possível conquista.

Por vários momentos ela se viu num estado de completo encantamento provocado por aquele homem. Um homem de verdade. Em paz com suas escolhas, certo do que espera da vida, empenhado em resolver as questões que ainda não tinham respostas.

Ele também se deixou encantar pela força da mulher e pela fragilidade da menina. Ele soube identificar sua passionalidade, soube respeitar sua mágoa profunda e recente, soube deixá-la confortável diante daquele encontro, do qual ela fugiu por dias em respeito à própria dor.

Sobre possíveis reencontros nada se sabe. Mas uma certeza os arrebatou: uma linda epifania aconteceu naquela noite.

segunda-feira, 16 de março de 2009

"Eu quero a sorte de um amor tranquilo!"

domingo, 15 de março de 2009

sexta-feira, 13 de março de 2009

A minha vontade de seguir é infinitamente maior e mais forte que a minha vontade de voltar!

G.E.N.I.A.L

"O amor é que nem capim. A gente planta, ele cresce, daí vem uma vaca e acaba com tudo"

quarta-feira, 11 de março de 2009

Enfim meu coração silenciou. O tumulto de outrora deu lugar a calmaria. Estou em paz e feliz. O silêncio é o mantra do desapego. Não sentir necessidade de falar do que passou, é serenamente reconhecer que passou. Aceitar o fim é aceitar o começo de uma vida nova germinando dentro de um coração tranquilo!

Finalmente a minha dor silenciou.

Obrigada!

Lindo texto do Egídio La Pasta Jr., na revista Paradoxo

Eu não sei se deveria te pedir desculpas pela minha reação. Embora confusa, eu fui verdadeiro. Embora confuso, a soma de nós dois e toda a transformação de um e de outro, todo esse tempo e toda essa troca, tudo se mantém forte e acredito, intacto. Talvez não ter correspondido os teus olhos boa parte da noite, queira me dizer do que eu ainda não sei sobre mim. Talvez evitar te olhar de frente não seja te reprovar e signifique apenas que eu não estou preparado para, mais uma vez, sentir o chão estremecer e não saber se corro, se fico, se choro ou se grito. Eu não soube te reagir. E não saber, apenas não saber, é condição humana. Não caberia te pedir que me perdoe. Não posso te pedir perdão por não saber. Porque eu não sei do que virá. Provavelmente com o ventar dos dias e das folhas do calendário, saberei menos.

Eu já disse isso e repito: eu desaprendi. Estou em processo constante de ‘desaprendizagem’. Algumas lições têm o tempo de vida bem curto. Outras duram o tempo e vão durar o tempo que precisarem e eu sentir necessidade. E sem cartilha, o todo, que já não é tão simples, brinca de confundir os sentidos. Então não me desculpe, sinceramente. Apenas compreenda que eu não fui capaz de te compreender. A tua virada de jogo é tão pessoal quanto intransferível e fico feliz que você queira dividir esse momento. Pela necessidade – eu quase usei gravidade - de compartilhar. Pelo comprometimento da rede de segurança que é a nossa relação. Pela confiança e pela atenção mútua que tanto nos guia. Que tanto nos aproximou por tanto tempo. Deixe apenas que esse teu amigo pense um tanto mais e sinta um tanto menos de ciúme e aí sim, a gente senta para conversar e trocar. Nós sempre trocamos tão bem. Especialmente nos silêncios. Preferencialmente quando não nos explicamos. Quando dispensamos as justificativas. Mas hoje, depois de te abraçar em dor e choro – e saiba que eu sinto muito, verdadeiramente – eu também precisei de um abraço urgente. Desarmado, sem saber o que fazer diante dos teus olhos molhados. Não me entenda melhor ou pior do que sou. O Artur da Távola dizia que ‘conhecer é ‘desilusionar’ e hoje eu compreendi o que ele disse, mas não vou nos transformar em capítulo de novela.

O que há de melhor, para ti.

O melhor, sem pudor.

O vinho da melhor safra, sabe como?

Que possamos brindar

E sorrir e também chorar

E também nos socorrermos

E também nos celebrarmos

E não nos compreendermos

Sem perdermos a direção da direção.

Eu não desejo te perder de direção.

Queria te dizer muitas palavras

Mas o excesso, por sina e ironia,

Costuma embriagar e me confundir o trânsito

”no campo do adversário é bom jogar com muita calma,

procurando pela brecha para poder ganhar” *

Quando eu chegar em casa te ligo

E te conto uma das situações mais divertidas

Que eu já presenciei no metrô.

Por não saber, eu te quero presente

E sempre nos meus dias de festa e luto.

Por não saber, eu viro multidão

E sigo todos eles agora

Saindo do metrô.

Um beijo

* Citação de Geraldinos e Arquibaldos de Gonzaguinha

terça-feira, 10 de março de 2009

Retorno de Saturno é o caramelo....

Outro dia encontrei uma amiga que disse o seguinte: o mundo agora resolveu botar a culpa de tudo em duas coisas muito chatas: na crise e em Saturno.

Rapaaaaaaaaaaiz....o que eu mais ouço por aí, inclusive de mim é: isso ou aquilo é por causa do Retorno de Saturno. Sem falar da crise, é claro.

Matou a mãe? Culpa de Saturno. Trepou sem camisinha e engravidou a mulher com placa final 8, numa quinta-feira depois de 497 vodkas? Culpa de Saturno. Perdeu todo o dinheiro da vida na bolsa? Culpa da crise que por sua vez está no Retorno de Saturno.

Na puta boa? Ou Saturno é um grande feladaputa, ou os seres humanos são todos uns palhaços nascidos de chocadeiras.

E na real, acho que a terra é um grande picadeiro.

Impressionante como todos nós na hora da merda temos a brilhante idéia de culpar o alheio. E no caso o alheio = crise + Saturno. To de saco cheio dessa equação esquizofrênica e generalizada que tomou conta do planeta. Inclusive da minha pessoa, que pra ser bem sincera, nunca foi muito sã. Mas isso é um papo longo pra outro post.

Voltando aos astros (e as nossas crises). Minha nossa senhora da ausência coletiva dos sentidos, que porra é essa? Assim fica fácil né. Fez tudo errado? Culpa de Saturno. Aaaaah....vai ver se eu tô na esquina de Jupter com Marte, vai.

Tô dando esporro em mim. Não em vocês. Quero mais é ver gente feliz, amores intensos, risos fáceis e francos.

E acho que o primeiro passo pra isso, começa quando nos dispomos a encarar nossas fraquezas, a reconhecer nossos erros e a culpar menos o alheio pelas nossas falhas.

Vamos lá crianças. "A vida é curta demais pra ser pequena". Saturno quase não pode ser visto a olho nú. E as crises, servem pra fazer pensar, traçar a melhor estratégia e ir a luta em direção ao que faz a gente feliz.

Bora lá?
Todos os pratos que a vida nos serve, do mel ao fel, são para fazer de nós pessoas melhores.

Seguinte...

"Sei tudo que o amor é capaz de me dar
Eu sei já sofri mas não deixo de amar
Se chorei ou se sorri
O importante é que emoções eu vivi"

Uma linda epifania

Esse fundo do poço pode até assustar muita gente. Mas não a mim. Afinal, eu cheguei aqui consciente e pelas minhas próprias pernas. E tomei a decisão também consciente de sair daqui através delas. Daqui podemos ressurgir, a única alternativa viável é subir. Ficar quieta no escuro, se lamentando e se recusando a aceitar a derrota não faz o meu tipo. Até já fez, e acreditem, não sinto o menor orgulho nessa confissão.

Cheguei no fundo, aceitei a perda, chorei por uns dias na mais completa ausência de luz - sozinha e sem água. Passei dolorosos momentos perdida no meio do equívoco. Mas finalmente, encontrei a epifania. Ela sempre esteve dentro do cantinho mais puro do meu coração.

Estou subindo e não pretendo parar. Não vou mais me desequilibrar, cair novamente não é opção. A prioridade é chegar lá em cima. E lá vou eu. Escalando essas paredes, ganhando músculos, fortalecendo braços e pernas, alimentando o espírito com um enorme amor por mim mesma.

Eu não me arrependo nem por um segundo do fato que me conduziu até o poço. Ele valeu cada minuto de estadia no fundo dele. Mas passou. Fui até o fim. E estou no início de um novo começo.

Estou tão ocupada com cada movimento calculado da minha escalada, que não há mais tempo para a tristeza. Enterrei o lamento lá embaixo. Minha bagagem na subida não pode ser tão pesada. Sobem comigo apenas as boas lembranças, a gratidão, os momentos de felicidade compartilhada. A leveza me acompanha.

A vida generosamente me mostrou um novo caminho. Eu aceito e agradeço esta chance. A subida é longa, mas a luz que vejo lá em cima não se apaga em nenhum momento. Ela me guiará incansavelmente até a chegada.

Durante a jornada, aproveito para fazer um profundo exame de consciência. Reavalio minhas prioridades de vida, repenso meus atos e minhas omissões. Tudo isso com o amor e respeito que tanto quero e mereço. Estou cuidando de mim. E vejo aliviada, que minhas feridas encontraram um bálsamo milagroso chamado amor próprio.

A vida me segue....e a recíproca é completamente verdadeira!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Enchi a casa de flores. Coloridas, perfumadas. Enchi a casa de carinho...Que bom que o fiz. Guarde esta doce lembrança.

Um diálogo...uma busca.

- Você me parece triste.
- Devastada é a palavra.
- O que fizeram pra você?
- Melhor perguntar o que eu fiz a mim.
- Diga.
- A desconfiança é pior que o desamor. Ela envenena a gente. Eu deixei esse sentimento tomar proporções absurdas. Eu nutri o medo enquanto deixava a esperança morrer de inanição.
- Quando foi que você tomou consciência disso?
- Quando deixei de me reconhecer. Quando me olhei no espelho e vi alguém que detestei.
- Não seja tão dura com você.
- Só essa dureza poderá me resgatar. Eu quero voltar a confiar em mim. Quero acreditar que sou capaz de fazer alguém feliz. Quero dormir em paz e despertar com alegria. Quero declarar o fim dessa guerra.
- Ninguém começa uma guerra sozinho. Normalmente, ela é fruto de um descontentamento de todas as partes envolvidas num contexto. Partes que não conseguiram chegar num consenso por meios pacíficos.
- Talvez. Mas eu podia ter feito melhor a minha parte. Eu confesso que tentei desesperadamente. Mas fracassei. Fracassei em tudo. Como mulher, como companheira, como amiga, como pessoa.
- Mas e o outro?
- Não estou aqui para falar do outro, muito menos para colocar nele a culpa dos meus atos impensados. Cada um dá o que tem. Ele certamente, deu. Eu só quero me curar. Por mim, pra mim. Voltar a sorrir, sabe?
- Sei. Mas você deu o que tinha?
- Dei mais. Esse foi o começo do grande erro. Ir além do que podemos, é negar nossa verdade. Eu neguei a minha para não perder o outro. Mas esse caminho é errado e cruel. Cruel comigo, que perco a identidade, cruel com ele, que perde a pessoa por quem se apaixonou.
- O que você vai fazer?
- Seguir. Evoluir. Melhorar. Cuidar de mim. Voltar a ser feliz. Não pretendo fechar os olhos para as minhas questões. Pretendo resolvê-las de fato.
- Você tem idéia de como irá fazer isso?
- Aquietando meu coração. Ficando em silêncio. O silêncio é uma prece poderosa. Vou conseguir voltar a ser o que me agrada. Voltarei para a essência da qual eu sempre me orgulhei.
- Ele vai saber disso?
- Não. Eu vou. Não faço isso por ele. Faço por mim. Ele já deixou de se interessar faz tempo. E quer saber? No lugar dele, eu também já teria deixado.
- Lá vem você de novo, se culpando por tudo.
- Me culpo por mim. Pelo meu comportamento infantil. Atitudes alheias não podem influenciar as minhas. Isso é escravidão. Eu tenho que ser eu, independente do que o outra seja. Independente do que ele faça.
- Pra isso, só morrendo e nascendo Buda.
- Pra isso, só aquietando a alma. Eu só preciso de auto-conhecimento e amor próprio. A partir do momento que meu amor por mim for incondicional, o rancor se afastará e a confiança se restabelecerá.
- Eu sinceramente espero que você consiga.
- Eu honestamente me comprometo com isso.
Delícia de dia mais lindo!!!!

Boa semana meus amores!

domingo, 8 de março de 2009

-Não se esqueça de mim...
"-NUNCA ME ESQUECI!"

;-)

sexta-feira, 6 de março de 2009

Vamos superar?

"Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la"

Essa frase, num texto do Eistein, me fez refletir a respeito de muita coisa.

As crises, mais cedo ou mais tarde, sempre acabam nos encontrando pelo caminho. Sejam elas pessoais e intransferívies, familiares, profissionais, econômicas, conjugais ou de qualquer outra natureza.

Eu já passei por muitos momentos de crise. E confesso, orgulhosa, que superei cada um deles. Por força? Talvez. Mas o meu grande motivador nessas superações foi o medo. Medo de me afastar do sentido da vida. Medo de insistir no equívoco. Medo de perder coisas e pessoas que me eram essenciais.

Confesso também, que estou no meio de uma crise nova. Entretanto, antiga. Fruto de questões mal resolvidas que me acompanham de longa data.

Estou morta de medo. Medo de ter perdido o bonde. De ter demorado demais para tomar a decisão de enfrentar meus fantasmas. Medo de não ter mais...

Mas eu escolho enfrentar a escuridão. Afinal, se eu já perdi o alheio, que eu não me perca de mim. Se não posso mais ter uma chance com coisas e pessoas até então presentes na minha vida, que eu me permita ter uma nova chance comigo mesma. Que eu possa me tornar uma pessoa melhor, para estabelecer relacionamentos mais férteis no futuro.

Eu vou lutar pela superação. Vou continuar lutando pelo que me é essencial. Até que volte, ou até que deixe de ser importante.

Eu sinceramente espero que volte. E torço para que o que me é essencial, não escolha perder a importância na minha vida em função da "tragédia de não querer lutar"...
"O Sol se põe em São Paulo" de Bernardo Carvalho. Eu recomendo.

quinta-feira, 5 de março de 2009

"A felicidade só é real quando compartilhada!"

Realmente, o fim é o que menos importa...

É fim? Então acabou. Não há mais nada ali pelo que vale a pena lutar. O fim é a cláusula irrevogável, é o contrato fechado, é a guerra vencida ou perdida. O fim é o dia do enterro e do renascimento. Da pá de cal, da página virada. O fim é o dia oficial do adeus.

O que importa é o começo, o meio, a história. O que vale são os planos, os sonhos, as pequenas epifanias. Eu quero mais é saber do roteiro. O que me importa é a trilha, é perder o fôlego, é o frio na barriga. O que eu busco é a promessa, o brinde, a crença.

É isso que faz com que a gente insista, persista, chame, acredite.

O fim é a confirmação do equívoco, é a porta fechada, é a rua deserta.

Eu quero mais é saber das possibilidades que se manifestam antes e depois dele. Quero viver a procura, a surpresa, o suspense, o encontro.

Desencontros, de qualquer natureza, não me interessam mais.

O fim não me atrai. Já tenho idade suficiente para saber quando ele chega. E maturidade o bastante para dar as costas e continuar minha busca.

Estou buscando o (re)começo. Não vou mais me prender ao passado. Me recuso a não aceitar que acabou. "Não quero chegar lá na frente, olhar para trás e ver que minha vida não foi adiante porque" eu não aceitei o fim.

EU ACEITO, PROCLAMO, COMEMORO E RECLAMO ESSE FIM.

Eu instituo um novo começo! Que seja feliz! Que seja melhor! Que seja o que a gente sonhou!

Nosso fim terminou hoje e nosso começo, começa agora!

Um brinde!

Amém.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Pra você minha flor!

Essa é a história de uma mocinha paradoxal!
Doce como mel, ácida como limão. Alegre como a Colombina, triste como o Arlequim. Intempestiva como cataratas que se recusam a obedecer calmamente os caminhos traçados pelo leito de um rio, equilibrada como uma japonesinha sábia.
Essa mocinha carrega e carregará pra sempre o ônus e o bônus da sua personalidade forte, honesta, inesquecível, imprescindível.
Ela ainda irá gargalhar incansavelmente dentro da sua alegria e paixão pela vida, mas irá se entristecer várias vezes dentro dos seus questionamentos e buscas nem sempre fáceis de chegarem ao fim.
Ela vive de um jeito que só ela! E muitas vezes, desatenta que é consigo, nem percebe o quanto é especial! Especial em tudo. Nas paixões que ela alimenta, no amor que ela tão generosamente entrega aos seus, na garra e dedicação que ela tem pra crescer, aprender, fazer diferença onde quer que ela esteja.
Ela é um diamante bruto. Tão valioso, mas tão valioso, que nunca será completamente lapidado. Diamantes assim não se deixam domar. São autênticos demais para ficaram numa vitrine. O lugar deles é na vida. Jamais serão jóias que servem apenas para enfeitar a vaidade alheia.
Essa mocinha é um presente. Um dos maiores que a vida me deu. Ela enche meus dias de alegria e os esvazia da tristeza. A força dela aperfeiçoa a minha. O caráter dela, melhora o meu.
Sempre tem as palavras certas, ainda que esteja em silêncio.
E ela tem passado pelo seu silêncio como uma verdadeira guerreira. Não poderia ser diferente. Afinal, ela nunca deixou que seu medo paralisasse suas pernas.
Ela nunca estará sozinha! E nunca será uma simples leitora! Sabe por quê?
Porque ela nunca deixará que o silêncio cale a sua voz interior. É de lá que vem sua força. Lá, é onde ela escreve a sua vida.
Estarei aqui pra ela sempre, pra sempre. No silêncio mais ensurdecedor e na balada mais arrebatodora.
Desejo a ela, que a pista esteja sempre cheia, que a música não pare nunca, que haja amigos aos montes e amores verdadeiros.
Desejo que esta busca atual a leve aos melhores lugares. E desejo também que um nova busca comece no minuto seguinte que a atual terminar. Porque de outro jeito, ela não saberia viver.

Amo você minha flor.
Pra sempre.

Com o maior amor do mundo,
Flá.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

"Me convide para um café, me chame para um cinema. Eu vou." ;-)
"Se eu tivesse mais alma pra dar eu daria, isso pra mim é viver..."

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Memórias

Fazia um calor senegalês naquela tarde. Não havia vento, não havia brisa. As folhas das árvores caíam em linha reta e ficavam na raiz, sem movimento algum. Na varanda da casa amarela uma velha completamente solitária se esforçava para enxergar os pontos de seu bordado. Sentada numa cadeira que não era de balanço ela misturava cores e linhas. As vezes parava calmamente de bordar, pegava um lenço que ficava sempre no colo e secava o suor do rosto cansado e vivido, castigado pelo sol de uma vida inteira.

O silêncio daquela rua parecia ter tomado conta do mundo todo. Além disso, era uma rua pequena demais para um calor tão grande.

Todas as casas tinham as portas e janelas abertas. Exceto uma delas que tinha um portão velho de ferro, com um cadeado enorme juntando correntes grossas. Ali, ninguém parecia ser benvindo há muito tempo. Havia um gato magro e sujo na janela, um pote de leite azedo no chão, uma árvore morta de sede na frente e um balanço de corda e madeira, que dava indícios de que ali, alguém fora feliz um dia.

A velha parou de bordar assim que uma quase brisa passou. Ela fitou os olhos num tempo que há muito não está no presente.

Crianças passavam correndo pelo portão de ferro assim que sentiam o cheiro do bolo de milho e do café recém passado. Da rua era possível ver aquela cozinha movimentada e uma grande mesa de madeira maciça onde amigos, crianças, primos, netos, pessoas de toda a rua estavam sempre presentes. Irmãos.

A árvore robusta na frente da casa, garantia um frescor matinal a qualquer tarde de verão intenso.

Todas as casas tinham as portas e janelas abertas, sem exceção. Mas definitivamente, a mais alegre era aquela casa azul. Os dias ali, nunca precisaram pedir uma segunda chance. Eles aconteciam sem se preocupar com a poeira, que iminente ou não, um dia chega para todos nós.

A velha voltou ao presente. Recomeçou a bordar. O calor não havia passado. O tempo sim. Ela não parecia arrependida. Usou todas as “únicas chances” que lhe foram dadas.

Mas aquele portão, não voltou a se abrir.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Não guarde as chaves não. Elas só nos aprisionam...

Deus é infinitamente bom!
Obrigada Senhor!
Pela paz que estou sentindo no meu coração!
E por tudo de maravilhoso que tenho na vida!
Amém!

Sem meus amigos eu não viveria!

Compartilho aqui o carinho de uma amigairmã...

"Vá e se jogue. Se divirta.
Faça loucuras que há mto tempo não faz.
Solte as amarras que há mto tempo te prendem.
Sorria como há mto tempo não sorri.
Repare nos olhares e nos suspiros que você vai arrancar.
Como há mto tempo não repara.

Te amo!
Enlouqueça. Mas volte!

Bjoooooooooo"

Minha flor...

"Escolho meus amigos pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante"

E você é exatamente assim!

Eu também te amo!

Com carinho,

Flá.
Hello, Stranger!!!!
Quando não der pra escrever um novo final, crie um novo começo!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Meu compromisso comigo!! (esse "comigo" tem sotaque mineirinho) ;-)

"Eu fiz um pacto com baco
Deus do Balacobaco

Cada sorriso que eu engato
eu saio do buraco

Tem que ter felicidade
deve ser da idade
só faço o que me der vontade

Chega bem no pé da orelha e sempre me aconselha
só faça o que te der na telha

Tem que acreditar no taco
pra virar o barco
e dionísio sobe o caminho

Fiz um contrato , se eu cumprir eu não empaco
pra ter coragem de largar o que me enche o saco"
"Mas que nada, sai da minha frente que eu quero passar"
Alegria, alegria!!!

E que venha o carnaval da libertação. Amém amém!!!

Gostei

Passou por mim.
Gostei do cheiro.
Do jeito de andar.
Gostei das coisas que me fez pensar.
Me fez querer.
Gostei.

Gostei da roupa.
Camiseta branca.
Jeans surrado.
Tênis.
Despretensão.

Gostei do cabelo claro e despenteado.

Gostei do fato de não notar a atenção que despertava.
Entrou no bar, se sentou com os amigos.
Sem querer provocar, mas consequentemente provocando.

Eu gosto desse tipo.
Que não tem que se provar.
Que não tá nem aí.
Que não fica flertando só pra mostrar que é macho.
Que se sabe.

Gostei de tudo o que vi ali.

Da beleza incomum.
Do jeito imprevisível.
Do sorriso.

Gostei de observar.
De vez ou outra cruzar o olhar.
Não por flerte, mas por puro acaso.
Isso me encanta um tanto.

E me captura.
Gostei.
Um palhaço no salão...ou seria o bobo da corte?
Um vento safado, um vestido rodado e a rapaziada fazendo a ola.

Paguei calcinha....

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Eu confesso....

Tô com um puta frio na barriga...

E isso é tão bom que dá até medo!
Dando tempo ao tempo! O que tiver que ser será!

Ouvindo há 5 horas...

Do Inverno à Primavera

A porta estava entreaberta quando ela chegou. O sono dele era leve como de uma criança prestes a despertar. Seus cabelos lindamente despenteados eram um convite ao carinho. Ela se deitou ao seu lado sem fazer barulho, aconchegou-se ali e atendeu ao convite.

Ele se aproximou ainda mais como era habitual. O sono dele foi se tornando profundo na mesma proporção que o amor dela aumentava.

Ela olhava para o seu amor com profunda admiração. Querendo que o sono dele fosse o remédio para todos os seus conflitos. Desejando que aquele momento se repetisse por anos a fio. Diante daquele cenário, tão comum nos finais de semana, ela só tinha certezas.

Certeza de que as dificuldades seriam superadas, de que ela era em definitivo o amor da vida dele, certeza de que ambos seguiriam juntos aparando as arestas.

Por um bom tempo foi assim.

Mas lenta e irreversivelmente, o desencontro que antes só habitava o medo dela, foi se aproximando da vida real. Ela tentava segurá-lo agarrando forte. Ele queria respirar se perdendo dela.

Eles não conseguiam mais o entendimento em ponto algum. Feridas profundas eram abertas diante de motivos rasos.

Só uma coisa se manteve até o fim. O aconchego entre eles naquela cama quentinha.
Até o fim ele falou do seu amor. Até o fim, ela acreditou e correspondeu.

Mas as mãos deles se soltaram. E ninguém sabe quem tomou a decisão. Mas ouvi dizer que foi a vida. Foi ela a responsável pelo ponto final. Ouvi também que o inverno dela foi mais devastador que o dele. Certa vez ele disse que ela tinha vocação para a tragédia. Mas acho que não. Ela apenas demora mais a se conformar com as perdas. Ela acredita que todo luto deve ser vivido até a última gota. Para que os fantasmas nunca mais assombrem.

Eles tomaram caminhos diferentes. E o inverno passou. A primavera chegou com suas cores e repleta das possibilidades tão vitais para sermos felizes.

Sobre a felicidade deles depois da ruptura eu não sei dizer. Nem sobre noites solitárias que vez ou outra possam ter cobrado as respostas que eles nunca conseguiram ter.

Mas de uma coisa eu tenho certeza: quando um amor como esse se acaba o mundo inteiro se entristece. E depois volta a sorrir com a chegada da primavera.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Mais uma de ONCE - o filme mais incrível dos últimos tempos!

Um dos filmes da minha vida!

Aprendiz de Feiticeiro

"Aprendi que tudo passa tomando chá ou cachaça, tomando champanhe ou não"

Enquanto o amor não vem?

A pista estará sempre cheia, os romances de estação irão garantir um frio bom na pança, brindes acontecerão às seis da manhã ao final de cada balada e a vida continuará girando a 300 por hora.

Até encontrar a epifania eterna, vou vivendo as passageiras. E me mantendo bem longe dos equívocos! ;-)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

"Quem acredita sabe encontrar"



Não sou de negar os fatos, muito menos os sentimentos. E se existe algo que eu desejo tanto quanto o ar que eu respiro, é encontrar um amor.

Não me entendam mal. Não é uma busca atordoante. É uma espera calma. Que tem me ensinado que não vale forçar a barra vivendo equívocos como se fossem epifanias.

Não há como encontrar o amor sem antes encontrar a si mesmo. Frase feita ou não, é dona de uma verdade tão fundamental quanto inquestionável.

E no mais, encontrar um amor verdadeiro que nutra e alimente um e outro, não é algo tão simples. Muitos passam pela vida sem conseguir essa benção. Ou por descuido, ou por falta de sorte, ou por não ter essa busca como uma prioridade. Eu tenho. Eu quero. Eu acredito que o amor virá calmamente até mim.

Não sei viver de outra forma. E se por alguma incoerência do acaso, eu não for contemplada por esse presente, saibam, viverei pela metade.

Serei feliz pela metade, forte ao meio, crédula até certo ponto e mais solitária do que eu planejei.

Sim. Eu sempre fiz planos no que diz respeito ao amor. Planejo o amor mais do que o próximo passo profissional, mais do que o roteiro das próximas férias na Grécia, mais do que a previdência privada que irá me garantir a volta ao mundo regada a vinho num futuro próximo.

Eu sou dos sentimentos passionais de Eros. E quero chegar ao final da minha vida amando e sendo amada. Loucamente. Um amor daqueles de tirar o fôlego. De matar a fome. De inspirar quem quer passe e veja o quão profundo e verdadeiro ele é.

Eu quero ver a calmaria desse amor sendo desbancada pela paixão destrambelhada, que desperta os amantes no meio de uma madrugada qualquer.

Pois é. Eu acredito que posso amar e ser desvairadamente apaixonada ao mesmo tempo, pela mesma pessoa, pra sempre.

E se tem algo que a vida me ensinou é que quando esse amor me arrebatar eu terei que ser generosa com ele por cada minuto de vida que me restar. Do contrário, ele morre, vai embora, abandona os corações que mesmo sem as palavras certas, juraram ser felizes.

Eu quero uma casa, dois cachorros, talvez filhos, netos, amigos aos montes, noites de farra e de calmaria. Eu quero amar na conjugação completa. Quero o amor enquanto verbo, adjetivo, substantivo, quero o amor como cura.

Vou esperar calmamente pela sua chegada. Enquanto isso, amdureço. Pois só a maturidade faz com que saibamos o quão valioso é um presente como esse, que a vida tão generosamente há de colocar no meu caminho!

Uma História de Fadas - Caio Fernando Abreu

Era uma vez o País das Fadas. Ninguém sabia direito onde ficava, e muita gente (a maioria) até duvidava que ficasse em algum lugar. Mesmo quem não duvidava (e eram poucos) também não tinha a menor idéia de como fazer para chegar lá. Mas, entre esses poucos, corria a certeza que, se quisesse mesmo chegar lá, você dava um jeito e acabava chegando. Só uma coisa era fundamental (e dificílima): acreditar.
Era uma vez, também, nesse tempo (que nem tempo antigo, era, não; era tempo de agora, que nem o nosso), um homem que acreditava. Um homem comum, que lia jornais, via TV (e sentia medo, que nem a gente), era despedido, ficava duro (que nem a gente), tentava amar, não dava certo (que nem a gente). Em tudo, o homem era assim que nem a gente. Com aquela diferença enorme: era um homem que acreditava. Nada no bolso ou nas mãos, um dia ele resolveu sair em busca do País das Fadas. E saiu.
Aconteceram milhares de coisas que não tem espaço aqui pra contar. Coisas duras, tristes, perigosas, assustadoras, O homem seguia sempre em frente. Meio de saia-justa, porque tinham dito pra ele (uns amigos najas) que mesmo chegando ao País das Fadas elas podiam simplesmente não gostar dele. E continuar invisíveis (o que era o de menos), ou até fazer maldades horríveis com o pobre. Assustado, inseguro, sozinho, cada vez mais faminto e triste, o homem que acreditava continuava caminhando. Chorava às vezes, rezava sempre. Pensava em fadas o tempo todo. E sem ninguém saber, em segredo, cada vez mais: acreditava, acreditava.Um dia, chegou à beira de um rio lamacento e furioso, de nenhuma beleza. Alguma coisa dentro dele disse que do outro lado daquele rio ficava o País das Fadas. Ele acreditou. Procurou inutilmente um barco, não havia: o único jeito era atravessar o rio a nado. Ele não era nenhum atleta (ao contrário), mas atravessou. Chegou à outra margem exausto, mas viu uma estradinha boba e sentiu que era por ali. Também acreditou. E foi caminhando pela estradinha boba, em direção àquilo em que acreditava.
Então parou. Tão cansado estava, sentou numa pedra. E era tão bonito lá que pensou em descansar um pouco, coitado. Sem querer, dormiu. Quando abriu os olhos — quem estava pousada na pedra ao lado dele? Uma fada, é claro. Uma fadinha mínima assim do tamanho de um dedo mindinho, com asinhas transparentes e tudo a que as fadinhas têm direito. Muito encabulado, ele quis explicar que não tinha trazido quase nada e foi tirando dos bolsos tudo que lhe restava: farelos de pão, restos de papel, moedinhas. Morto de vergonha, colocou aquela miséria ao lado da fadinha.
De repente, uma porção de outras fadinhas e fadinhos (eles também existem) despencaram de todos os lados sobre os pobres presentes do homem que acreditava. Espantado, ele percebeu que todos estavam gostando muito: riam sem parar, jogavam farelos uns nos outros, rolavam as moedinhas, na maior zona. Ao toquezinho deles, tudo virava ouro. Depois de brincarem um tempão, falaram pra ele que tinham adorado os presentes. E, em troca, iam ensinar um caminho de volta bem fácil. Que podia voltar quando quisesse por aquele caminho de volta (que era também de ida) fácil, seguro, rápido. Além do mais, podia trazer junto outra pessoa: teriam muito prazer em receber alguém de que o homem que acreditava gostasse.
Era comum, que nem a gente. A única diferença é que ele era um Homem Que Acreditava.
De repente, o homem estava num barco que deslizava sob colunas enormes, esculpidas em pedras. Lindas colunas cheias de formas sobre o rio manso como um tapete mágico onde ia o barquinho no qual ele estava. Algumas fadinhas esvoaçavam em volta, brincando. Era tudo tão gostoso que ele dormiu. E acordou no mesmo lugar (o seu quarto) de onde tinha saído um dia. Era de manhã bem cedo. O homem que acreditava abriu todas as janelas para o dia azul brilhante. Respirou fundo, sorriu. Ficou pensando em quem poderia convidar para ir com ele ao País das Fadas. Alguém de que gostasse muito e também acreditasse. Sorriu ainda mais quando, sem esforço, lembrou de uma porção de gente. Esse convite agora está sempre nos olhos dele: quem acredita sabe encontrar. Não garanto que foi feliz para sempre, mas o sorriso dele era lindo quando pensou todas essas coisas — ah, disso eu não tenho a menor dúvida. E você?

A eterna falta de foco.

Gente, recebi um CV de uma pessoa que não conheço e nos objetivos estava escrito:

Marketing/ Atendimento/ Planejamento/ Redação e Afins.

Eu faço o que com essa informação?

Oi? "Afins" de assobiar e chupar cana ao mesmo tempo? É isso?

Vou responder dando umas dicas.

Tipo: amigo, foco, foco, foooooooooooooooco.

#PRONTOFALEI

Detalhe: ele trabalha num banco.
Flá Campos
DAG - Diretora Para Assuntos Glamurosos

Perder a elegância jamais!

Da importância de seguir adiante!

Esta é a primeira crise econômica na qual eu realmente estou inserida. Me lembro bem de como meu pai foi guerreiro na época do plano Collor. No momento em que muitos diziam que nada poderia melhorar, ele levantou a cabeça e enfrentou o problema com dignidade. Aprendi com ele que seguir adiante é lindo, pois nos define como pessoas capazes de virar o jogo.

A última sexta-feira foi um dia difícil pra mim e pra muitos que como eu, custam a se conformar em vem amigos queridos e profissionais competentes saindo pela porta e dizendo "até breve".

Mas eu acredito no "até breve". Não quero entrar num mérito "sócio-político-capitalista-e-os-cambal", até porque não tenho conhecimento de causa suficiente pra isso. Quero sim falar de aprendizados.

Aprendi com meu pai, que nos momentos de crise é hora de seguir adiante e não de recuar. Por isso, o "até breve" me soa tão verdadeiro. Eu sei - e não me perguntem o porque - que vamos terminar o ano de um jeito melhor do que começamos.

Tenho encontrado pessoas que pensam da mesma forma. Gente que parte pra luta sem se lamentar. O lamento é perda de energia. E energia é tudo o que não podemos perder agora.

Precisamos dela pra começar de novo. Para deixar pra trás o modelo viciado implementado pelo capitalismo que trata as pessoas como números, que não pensa no coletivo e sim no individual. Esse modelo é "so last year". Ele não vale mais.

Estou aprendendo debaixo de porrada, que não é apenas o trabalho que dignifica o homem. A falta dele também faz isso. A possibilidade de perder nos faz pensar no quanto ele é imprescindível. E não falo apenas sobre dinheiro no bolso. Falo de convicções. De exercitar a responsabilidade, de colocar o coração a serviço de cada tarefa desenvolvida.

Sei que mesmo com tamanha dedicação, uma certa crise pode bater à porta e nos tirar o chão. Pessoas dedicadas perderamm seus postos. Muitas. Em vários lugares. Mas elas levantaram a cabeça e recomeçaram suas buscas. Sem fraquejar. Conscientes de que podem fazer diferença em qualquer lugar que lhes abrir as portas.

Escrevi esse texto especialmente para os amigos que no momento, estão se sentindo perdidos, mas que tenho certeza, muito breve voltarão para o jogo. Porque são bons, dignos, talentosos, guerreiros.

Bola pra frente.

Nos vemos muito em breve.

Com carinho,

Flá.
"Um passo adiante e você já está em outro lugar!"

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Isso me faz feliz!

Tão inesperado e tão delicado!

Daí que uma amiga me ligou e disse: vamos sair pra comemorar? Pensei: "C.A.R.A.L.E.O". Do que essa pessoa ta falando? O que eu tenho pra comemorar? Em que parte legal eu dormi?

Esse finde foi de fuder piiiiiii da onça. Quero não! E estava certa disso.

Mas delicadamente perguntei: comemorar o que minha flor?

Foi quando ela categoricamente respondeu: comemorar você!

Eu não quis nem entrar em maiores detalhes e falei: quer saber? Bora lá me comemorar.

Tomei um banho bom, me perfumei, me maquiei, botas, vestido e cachecol. E fomos.

Vinho, cigarro, risadas, alguns poucos momentos de um choro atravancando a garganta, mais risadas, mais vinho e tudo foi voltando a ter cor.

No meio da tarde eu não me lembrava mais do meu luto. Pedimos os pratos e mais uma garrafa de vinho.

Eu estava com as bochechas rosadas. Em parte pelo álcool e em parte pela alegria que fez meu sangue circular novamente. Eu tinha uma feição de criança no momento que sai do castigo. A tarde era cinza e chuvosa, mas o sol estava ali. Ele sempre está. Mas algumas vezes, fica encoberto pelo ensaio de uma tempestade que vem, lava o que tem que lavar e purifica tudo de novo para que o sol volte a brilhar. E acreditem em mim, ele sempre volta.

Depois de horas de uma alegria despretenciosa e simples, resolvemos pedir a conta. Eis que o garçom chega com uma taça de Champagne e me oferece.

- Mas eu não pedi.
- É que alguém lhe mandou de presente.

Meu sorriso intimidou a tempestade. Ela já lavou o que tinha pra lavar.

Sabe o que pode acontecer quando estamos no singular? TUDO!
"Eu não vou mudar não
Eu vou ficar são
Mesmo se for só não vou ceder
Deus vai dar aval sim
O mal vai ter fim
E no final assim calado
Eu sei que vou ser coroado rei de mim."

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Olhar 43 no spinning. Pode?

Baixando RPM. To falando sério. Rolou uma nostalgia brega incrível agora.

As regras são claras....

#1
Não quero complicar as coisas. A vida passa e a gente nem percebe. Eu quero é ser feliz!

#2
Quero passar os dias chuvosos vendo filme e comendo pipoca com um amor que seja verdadeiro.

#3
Eu gosto de flores, ainda que seja só uma, delicadamente arrancada de um jardim.

#4
Eu odeio falsidade e sinto o cheiro dela de longe.

#5
Eu quero dormir nos braços de alguém que me faça acreditar.

#6
Eu tenho TPM, ainda que não menstrue mais.

#7
Vou cuidar de você enquanto você for leal.

#8
Vou cozinhar pra você nos finais de semana, desde que você abra o vinho e lave a louça.

#9
Adoro sexo. E gosto de olhar nos olhos. .

#10
Sou canceriana, portanto, não me magoe. Eu nunca esqueço.

#11
Quero um amor verdadeiro na vida. O resto é bobagem.

#12
Sou deliciosamente ciumenta.

#13
Sou sincera.

#14
Quando eu quero eu vou atrás e gosto de gente que faz isso. Portanto, vá a luta.

#15
Sou independente, dona do meu nariz, vou onde eu quero, quando eu quero, na hora que eu bem entendo.

#16
Não deixe que eu perca a admiração por você. Trabalhe duro, me faça rir, me proteja dentro do seu abraço.

#17
Não fique um minuto da sua vida ao meu lado se você tiver alguma dúvida sobre querer estar aqui. Não perca o meu tempo.

#18
Eu vou te fazer feliz a maior parte do tempo que estivermos juntos. Mas vou te pentelhar por bobagens. Sim, sou imatura as vezes.

#19
Quero sair pra dançar. Com você. Pra você.

#20
Quando eu te encontrar estarei contigo comemorando cada gol e segurando a sua mão quando a queda for inevitável.

De onde vem a calma - Los Hermanos

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Que pena que foi assim...
- Eu não estava habituada a ausências.
- Você não estava era preparada para o ponto final.
- Talvez. Mas repito. Ausências me assustam desde criança.
- O não é que te assusta. E quando ele se impõe na sua frente, certeiro e irredutível, você se desespera.
- Eu não estou desesperada. Estou saudosa. Sinto falta daquela última ligação de boa noite antes de me entregar ao sono. Tenho uma saudade profunda das conversas jogadas fora, do carinho sem fins comerciais, do jeito que ele abria a porta para entrar em casa. Pra ser sincera, morro com a falta do braço dele me aconchegando madrugada adentro.
- Mas foi você quem fechou a porta. Ele apenas concordou.
- Concordou depressa demais.
- Você está sendo infantil.
- Essa sua análise pseudo-freudiana não me faz muito bem.
- Não estou analisando. Estou constatando. Você não suporta lidar com o fato de que ele foi embora porque deixou de te amar.
- O que eu não suporto é o fato de eu ter tido que mandá-lo embora depois que ele deixou de me amar. Fui forte, mas esse papel era dele. Justo ele que sempre foi tão fraco.
- Seu julgamento é raso.
- Sua mania de rotular é profunda. E me irrita.
- Você não acha que foi até o fim?
- Acho que o fim veio até mim. Eu ainda tinha o que viver ali. Eu fiz outros planos. E o fim não fazia parte deles.
- Que planos? Envelhecer ao lado dele cuidando dos netos?
- Viver ao lado dele cuidando da gente.
- Você não é tão romântica assim.
- Sou intensa. E sinto falta de dividir a vida com ele.
- Com ele ou com alguém?
- Por enquanto, só com ele. Mas eu sei que isso vai passar, que vou me jogar na vida e que mais cedo ou mais tarde, irei dividi-la com uma outra pessoa.
- Espero que você escolha melhor. E você, espera o quê?
- Espero apenas ser feliz de novo.
"Estou lembrando menos de você. Falta pouco pra me convencer que eu sou a pessoa errada..."

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Voltando a viver

Era uma mulher intensa, intempestiva, apaixonada, apaixonante. Geniosa, genial, divertida, irônica. Mergulhava em suas tristezas e alegrias com a mesma profundidade. Mas aos poucos, foi deixando de lado a sua luz, que até então, brilhava incansavelmente. Ela passou a viver na escuridão de uma tristeza que não era dela. Que não lhe cabia, que nunca lhe caiu muito bem. Ela fez uma escolha errada. E foi até o fim. Vivendo a incapacidade do outro como se fosse autenticamente sua. Ela perdeu o trem, o vôo, o ônibus. Aliás, por um bom tempo muito ruim, ela deixou que as novas chances passassem por ela sem que ela fosse tocada. Ela acreditava cegamente que poderia iluminar a escuridão alheia. Que iria dar sentido a uma vida opaca. Que conseguiria indicar o caminho para alguém completamente perdido.

Ela se doou, se entregou, se machucou e se perdeu. Passou a viver uma história sem cor, sem graça, sem futuro, nem presente, nem passado. Enquanto a vida acontecia lá fora, ela só sabia daquelas quatro paredes brancas que aprisionaram a sua alma ao lado de alguém que nunca valeu a pena.

Era uma mulher gigante, guerreira, honesta, inconfundível. Mas deixou de lado todas as suas melhores virtudes para viver os incontáveis defeitos de alguém sem razão, desprovido de bons sentimentos. Oco, raso, banal, desinteressante.

Por quê? Porque ela era sonhadora. E no conto de fadas ingênuo que ela criou, o sapo viraria príncipe ao longo da história. Ela o salvaria, ele lhe seria grato, e viveriam felizes para sempre.

Não aconteceu.

Ela se perdeu e não conseguiu salvá-lo. Ele, descuidado que era, nunca lhe foi grato. Ela nunca foi feliz ali.

Um dia, ela decidiu fazer a escolha certa. E num ato de amor incondicional por ela mesma, resolveu voltar a ser feliz. Ela escolheu a vida, ele, a banalidade. Ela optou pelo sim, ele, pelo não. Ela decidiu prosseguir, enquanto ele, recuou.

Ela voltou a ser TUDO aquilo que sempre foi e ele, continuou sendo SÓ aquilo que sempre será.

E foi então que ela voltou a sorrir.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Eu gostaria de ter escrito esse texto!

Por Edígio La Pasta Jr do blog Mínimos Óbvios

Ouça bem o que eu vou te dizer porque é no limite entre o chão e o abismo que eu abro a garganta e deixo a voz conduzir as palavras, antes do salto. Tudo o que eu ainda não sei sobre você, tudo o que você já compreendeu ou constatou, toda essa linha cruzada de fios invisíveis e tão reais, tudo isso nos afasta em definitivo. O que eu quero dizer é que nós não somos um para o outro. Não parecemos encaixar. Você não é tão simples como eu imaginei e isso, de ser simples, não é tão complicado. Eu gosto de gente que diz não querendo dizer não. Gosto de um sim quando ele é de verdade. Interpretar ou decifrar códigos além de cansativo faz com o que o tempo se perca. E não sou homem de perder tempo sem querer perder o tempo. Algumas opções a gente marca consciente. Outras nos pegam de surpresa e certezas, sim, me assustam, mas objetivar me simplifica.
Enquanto ainda há tempo, sem apressar os fatos, te digo que o jogo que você me oferece de forma tão pouco nítida, não me atrai, embora eu confesse que você me atrai e não é pelo tipo físico, que me agrada, mas também por uma reunião de partículas que transitam entre as afinidades, o olhar sobre a cidade, a intimidade com as palavras e o carinho gostoso e tímido que nos oferecemos sem fins comerciais. Além da solidão. Ouça bem, mas não priorize a voz. Ouça meus olhos nos teus que te dizem sem vacilar. Perceba o corpo que busca não só ser preenchido, mas acolhido e celebrado. As palavras não ditas. O silêncio necessário sem ser imperativo.
Existe um momento quando a gente não compreende, que precisa existir. O momento exato, onde no meio da confusão, ambas as partes, talvez exaustas talvez perdidas, admitem e quebram o protocolo em busca do que todo mundo busca. Nessa sina de não me sentir multidão, é preciso atear fogo ao corpo para perceber que as dores nos igualam no reflexo do espelho. Eu sou do bando de Alice. Da família de Macunaíma. Passional das cores fortes de Frida. Que não conhece os espaços entre o sim e o não. Talvez por esse motivo comemore tão urgentemente os gols e as derrotas.
Ouça bem que eu não sei de nós dois. Sei um tanto de mim, fragmentos de um saber quase nunca inteligente, mas que me estabiliza até o próximo vendaval. Sei dos filmes, dos atores, de alguns caminhos que aprendi e não esqueci para poder voltar. Sei das vozes, das canções e de alguns tons. Sei também que não somos um para o outro. Por uma questão de praticidade. Fosse eu um homem mais preguiçoso e poderia te soprar com fôlego esse balão de gás destinado ao estouro da primeira agulha em riste.
Lá embaixo, ao abrir das portas, eu vou sair sorrindo convicto e sem satisfação porque tive a oportunidade de te dizer da minha confusão simples que só quer te excluir da condição de companheiro amigo amante, esse século tão sem nome. Sei que eu te amei da minha forma torta e sei também que você me questionou da sua maneira reta. Não sei se em algum momento você correspondeu e afirmar seria raso, mas durante algum tempo, eu acreditei na tua solidão e no teu desejo de romper com urgência o eco ensurdecedor das correntes. Nem tão cético assim. Nem tão crédulo assim. Mas passei boa parte das noites, pensando no sim. Ensaiei boa parte das noites histórias de um mais um.
Até que você ventou e eu confundi.
Até que você choveu e confundiu.
Até que você soprou e eu apaguei.